Empresa espanhola: 'O que EUA dizem é problema deles, não nosso'

© AFP 2023 / Behrouz MehriUm iraniano trabalha no campo South Pars
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As sanções norte-americanas contra o Irã entraram em vigor no dia 7 de agosto. Washington tentou mais uma vez isolar Teerã com ajuda de uma série de medidas e avisou empresas europeias dos riscos de trabalhar com persas. Surge uma pergunta: empresas espanholas vão ou não seguir as vontades dos EUA?

Esproenko International é uma empresa espanhola que oferece serviços no setor de petróleo e gás, incluindo tubos para extração de hidrocarboneto, equipamento para a indústria petroquímica e ferramentas para explorar e melhorar a produção de jazidas. Ou seja, abastece os países ricos em petróleo, tais como o Irã, de equipamento necessário para gozar de potencial, bem como para explorá-lo.

A empresa está presente no mercado iraniano desde 2013, quando as sanções contra o Irã chegaram ao ápice. Por sua vez, as sanções resultaram ser o melhor motivo para investir no país.

"Nós entramos no Irã em 2013, quando havia sanções por todo o lado, da parte da União Europeia e dos EUA, por isso praticamente não tínhamos concorrência no território iraniano […] Esta foi a razão para entrarmos no mercado persa", revela à Sputnik Mundo Carlos Toledo, diretor de comunicação da Espoenko.

As medidas punitivas contra o Irã a partir de 2011 assustaram a maioria das companhias. Ficaram apenas as empresas mais corajosas e que não tinham razões para se preocupar.

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Ao chegar ao país, Esproenko precisou "homologar e certificar as tecnologias", que usaria no território iraniano. O processo durou uns dois anos, tempo para que as sanções fossem canceladas, ou seja, má notícia para a empresa espanhola, afirma Toledo.

"Assim que finalizamos o processo de certificação e verificação, houve uma abertura [no país] e passamos a ter uma grande concorrência neste tipo de tecnologia", esclareceu.

Por isso, em 2015 a companhia decidiu reduzir ao mínimo a sua atividade no Irã. Agora, quando os EUA asfixiam a economia iraniana e avisam as empresas europeias e americanas sobre as consequências de comerciar com o país, Esproenko está enxergando novas possibilidades.

"Agora estamos pensando em retomar a atividade ao nível mais alto […] até que a União Europeia não introduza sanções contra o Irã. O que EUA dizem é problema deles, não nosso", sublinhou Toledo.

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Por se tratar de uma empresa pequena, ela pode se mover mais facilmente do que empresas maiores. Ela não teme repressões de grupos americanos, que provavelmente vão tentar ameaçar as empresas para que pensem duas vezes antes de negociarem com o Irã.

"Nós não recebemos nenhuma ameaça, mas se recebêssemos, mandaríamos ao diabo. Ninguém nos dita o que podemos ou não podemos fazer […] e fazemos o que quisermos", assegura Toledo. O tempo mostrará quantas companhias espanholas seguirão seu exemplo.

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