Após 1 ano de Charlottesville, marcha de nacionalistas brancos é fiasco em Washington

© AP Photo / Jacquelyn MartinJason Kessler, líder do "Unite the Right" durante protesto após um ano dos eventos de Charlottesville.
Jason Kessler, líder do Unite the Right durante protesto após um ano dos eventos de Charlottesville. - Sputnik Brasil
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Ao longo deste domingo (12), a capital dos EUA, Washington, recebeu protestos contra e a favor da marcha de Charlotesville, que ocorreu em 2017. O protesto a favor da marcha teve apenas algumas dezenas de pessoas, apesar de semanas de anúncios e altas expectativas.

Jason Kessler, o organizador da marcha considerada de extrema direita, "União da Direita 2", que marcou o 1.º aniversário da violenta marcha de nacionalistas brancos em Charlottesville, disse ter esperança de realizar ainda mais protestos em Washington no futuro. A declaração veio após a baixa adesão de pessoas aos protestos deste domingo (12).

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Kessler conseguiu uma autorização para reunir até 400 pessoas no protesto na capital dos EUA. No entanto, apenas algumas dezenas de pessoas estiveram no local. Segundo o New York Times, não mais que 20 pessoas.

Ainda segundo o jornal, Charlottesville também teve protestos, apesar de menores, e duas pessoas foram presas após uma delas saudar a estátua do general confederado Robert E. Lee e os dois homens começarem uma briga.

A marcha liderada por Kessler saiu de uma estação de metrô até o local, sendo escoltados por um efetivo policial numeroso, enquanto um grupo maior de pessoas gritava à beira da marcha contra os manifestantes nacionalistas brancos.

© AP Photo / Alex BrandonGrupos protestam em Washington contra e a favor das marchas supremacistas de Charlottesville, que fizeram aniversário de um ano.
Grupos protestam em Washington contra e a favor das marchas supremacistas de Charlottesville, que fizeram aniversário de um ano. - Sputnik Brasil
Grupos protestam em Washington contra e a favor das marchas supremacistas de Charlottesville, que fizeram aniversário de um ano.

"Em primeiro lugar, eu gostaria de deixar algumas coisas claras. Eu não estou fazendo isso em desrespeito à memória das pessoas que foram agredidas ou as que morreram no ano passado. Em segundo lugar, eu gostaria de agradecer à comunidade de policiais de Washington por protegerem meu direito de liberdade de expressão e, portanto, o direito de livre expressão de todos os norte-americanos. Esse tem sido um processo estranho e imperfeito, e espero que façamos mais protestos como este nesta área em um futuro próximo e aprendamos a trabalhar juntos", disse Kessler durante um discurso no parque Lafayette Square, que fica próximo à Casa Branca.

Kessler enfatizou que este ano todos estão seguros e ninguém foi ferido, o que seria a prioridade número um da organização. O ativista também expressou condolências às famílias das vítimas da violência do ano anterior, em Charlottesville.

Jason Kessler afirmou em entrevista mais cedo que ele se considera um "defensor dos direitos civis dos brancos".

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Segundo uma pesquisa do Centro de Estudos sobre Ódio e Extremismo noa EUA, o ano passado registrou um aumento de 12% nos crimes de ódio nas 10 maiores cidades norte-americanas. Os 1.038 casos são um recorde em mais de uma década de registros.

Em Washington, Jason Kessler não foi o único a organizar protestos. Houve também outros eventos contrários à presença dos manifestantes de direita. Ao menos dois outros protestos além do nacionalista foram registrados, com a expectativa de reunir milhares de pessoas denunciando a supremacia branca e outras formas de opressão.

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A mídia local reportou um grande número de pessoas presentes, inclusive militantes trajados de preto do movimento conhecido como Antifa.

Para evitar possíveis confrontos, a polícia local ergueu barricadas entre os grupos, mantendo um efetivo considerável no local até a noite de domingo. As autoridades de trânsito também organizaram a região para evitar confrontos, fechando estações de metrô e criando trajetos separados.

Em agosto de 2017, um grupo de centenas de supremacistas brancos marchou na cidade de Charlottesville próximo à Universidade de Virginia. A marcha encontrou-se com um grupo de manifestantes contrários, e houve confrontos. No dia seguinte, uma marcha ainda maior da "União da Direita" reuniu milhares de nacionalistas de extrema direita no centro da cidade, protestando contra o desejo das autoridades locais de remover o monumento ao general confederado Robert E. Lee de uma praça local.

O protesto resultou em violência entre os nacionalistas e os grupos contrários, deixando uma pessoa morta e dezenas de feridas.

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