Projetos inovadores do T-14 Armata e Su-57 russos estão condenados ao fracasso?

© Sputnik / Vladimir AstapkovichCaça russo da quinta geração Su-57
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Os especialistas se dividem na avaliação dos equipamentos militares mais recentes de produção russa. Alguns não param de lhes fazer elogios, enquanto outros os criticam ferozmente dizendo que tais projetos como, por exemplo, o caça Su-57 e o tanque T-14 de fato existem só no papel. O colunista do portal de notícias Lenta.ru analisou a situação.

O jornalista Andrei Borisov sublinha, no início da sua matéria, que a situação em torno destes armamentos "mais uma vez demonstra a provável falta de dinheiro federal para desenvolver novos armamentos".

T-14

Nos finais de julho de 2018, o vice-premiê Yuri Borisov, que chefia o setor de defesa no governo russo, afirmou que considera o tanque T-14 Armata como demasiado caro e prometeu continuar a produzir os veículos T-72 soviéticos. O político disse que este tanque continua com grande demanda no mercado internacional e supera todos os seus análogos ocidentais.

"É assim que, tendo um orçamento 10 vezes menor que o da OTAN, conseguimos resolver as tarefas colocadas — graças a decisões eficientes e ao potencial de modernização dos armamentos antigos", explicou.

A declaração de Borisov foi logo comentada por numerosos especialistas. Assim, o analista militar Aleksei Leonkov propôs simplificar o tanque T-14 Armata, que talvez estivesse equipado com inovações em excesso.

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O autor do artigo observa que os especialistas e produtores falam, em sua maioria, apenas sobre o aspecto financeiro do assunto, se esquecendo do lado tecnológico: "A torre inabitada e a cápsula isolada e blindada para tripulação ficaram em segundo plano."

Nesse contexto, resume o jornalista, seria mais vantajoso continuar usando o principal tanque soviético de 2ª geração T-72, que é cerca de 4 vezes mais barato que o T-14 Armata.

Su-57

Na opinião de Borisov, as perspectivas do caça russo de 5ª geração, Su-57, são "ainda piores" que as do Armata.

"Se o tanque russo, pelo menos pelas suas caraterísticas anunciadas, supera os equipamentos ocidentais e chineses, o avião russo, por de fato ignorar a tecnologia furtiva, pode se considerar como um caça de 5ª geração com grande dificuldade. Além do mais, o Su-57 ainda não chegou a receber o motor da segunda etapa. Por outro lado, vale ressaltar que o Su-57 está equipado com equipamentos de guerra eletrônica modernos, inclusive radares, que, provavelmente, em certo sentido superam seus análogos ocidentais e chineses", escreve ele.

Já o vice-premiê Borisov, ao falar sobre o Su-57, frisou que o avião "se mostrou muito bem" na Síria, mas outra aeronave, o Su-35, continua sendo considerado como um dos melhores no mundo. Ao mesmo tempo, o Su-57, na opinião dele, deve ser entendido como uma espécie de "trunfo" que poderia "ser jogado na mesa quando os aviões das gerações anteriores começarem a ficar para trás, em suas caraterísticas, em comparação com aviões semelhantes das principais potências mundiais".

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Isso acontece no contexto em que a Índia congelou sua participação do programa do caça de 5ª geração que pressupunha a criação do primeiro avião indiano deste tipo com base no análogo russo. Uma das principais causas disso foi a financeira, além do acesso limitado à tecnologia russa.

Enquanto isso, alguns especialistas explicam a desistência indiana de desenvolver o projeto pelas práticas de concorrência desleal por parte das empresas norte-americanas, tais como a Lockheed Martin e a Boeing.

Outros analistas indicam, aliás, que o público ainda não está a par de todas as peculiaridades do Su-57, que desfruta de inúmeras inovações conhecidas apenas pelos profissionais, autoridades militares e inspetores de testes.

Ao resumir, o autor tira uma conclusão pouco positiva:

"Em uma situação em que as escolas científicas e de engenharia se degradam rapidamente, enquanto o planejamento dos programas tecnologicamente complexos por prazos maiores a vários anos é de fato irrealista, a criação de veículos completamente funcionais como o T-14 Armata e o Su-57 se torna um espetáculo demorado e caro para os contribuintes do país."

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