Venezuela é 'bolha no pé dos EUA': especialista sobre tentativa de atentado contra Maduro

© AFP 2023 / Juan BarretoHugo Chávez, Caracas
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Em 4 de agosto, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sofreu um atentado. O especialista político Dmitry Zhuravlev comentou o acontecido e falou sobre as possíveis mudanças na política do país após o ataque.

Ao menos 11 jornalistas, inclusive estrangeiros, foram detidos na Venezuela após o atentado frustrado. 

Forças de segurança rodeiam o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante o atentado em Caracas em 4 de agosto - Sputnik Brasil
Após atentado, 11 jornalistas foram presos na Venezuela, diz sindicato local
O especialista político Dmitry Zhuravlev revelou para o serviço russo da Rádio Sputnik que Nicolás Maduro, bem como seu antecessor, irrita os EUA. 

"A Venezuela hoje, formalmente, ocupa o primeiro lugar entre os países com maiores reservas de petróleo no mundo e, ao mesmo tempo, realiza francamente uma política antiestadunidense", declarou o analista.

Para ele, na organização da tentativa de atentado participaram tanto a oposição venezuelana como os norte-americanos.

"Maduro é uma figura bastante fraca, mas seu antecessor, Hugo Chávez, era uma principal bolha no pé dos EUA. Era o principal encrenqueiro no quintal dos EUA, porque os norte-americanos consideram a América Latina como seu quintal. E acontece que os líderes do país mais rico da América Latina se manifestam contra os EUA", explicou o analista.

Forças de segurança rodeiam o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante o atentado em Caracas em 4 de agosto - Sputnik Brasil
Especialista indica Colômbia como provável organizador de atentado contra Maduro
Quanto ao possível endurecimento da legislação venezuelana provocado pela tentativa de atentado contra o líder do país, é pouco provável que Maduro possa assumir ainda mais poder, porque o passo seguinte seria a dissolução do parlamento. Entretanto, a política interna do país continua endurecendo, levando em conta, por exemplo, a detenção de jornalistas e limitação da liberdade de expressão.

"Agora [os jornalistas] deveriam pensar antes de falar para não terem que conhecer a prisão local", afirmou.

A Colômbia e os EUA negam participação na tentativa de atentado contra Maduro. Para especialista, as relações da Venezuela com esses dois países não vão agravar, porque 'não podem ficar pior do que já estão", enquanto a política interna seria mais dura e concentração do poder se tornaria ainda maior.

"Há um problema: será que Maduro conseguirá lidar com isso? Ele não é Chávez. Se [a tentativa de atentado] tivesse ocorrido na época de Chávez, possivelmente na Venezuela teria tido uma situação semelhante à dos anos 30 na União Soviética: […] consolidação não apenas do poder, mas de toda a sociedade. Maduro é mais fraco", explicou o analista, indagando se Maduro conseguiria segurar o poder sozinho.

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na sessão plenária do primeiro Fórum Internacional sobre Eficiência Energética e Desenvolvimento de Energia Russian Energy Week - Sputnik Brasil
Suposto grupo rebelde assume autoria de atentado contra Maduro
No sábado (4), drones carregando explosivos se aproximaram do local onde discursava Maduro durante uma cerimônia militar, em Caracas. O incidente deixou sete feridos entre soldados, Maduro e sua equipe saíram ilesos. A responsabilidade pelo ataque foi reivindicada por um grupo paramilitar venezuelano autodenominado Movimento Nacional Soldados de Flanelas.

Mais tarde, Maduro afirmou que uma parte dos organizadores do atentado já tinha sido detida e acusou as forças de direita com o apoio do presidente colombiano Juan Manuel Santos e inimigos na Flórida, EUA, de terem planejado o ataque.

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