China se tornará 'pesadelo para EUA' na Síria? Analista explica

© AFP 2023 / StringerForças sírias gesticulam enquanto carregam a bandeira nacional na vila de Suwayyah, perto da cidade fronteiriça com síria de Albu Kamal, em 9 de novembro de 2017
Forças sírias gesticulam enquanto carregam a bandeira nacional na vila de Suwayyah, perto da cidade fronteiriça com síria de Albu Kamal, em 9 de novembro de 2017 - Sputnik Brasil
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A participação da República da China na operação antiterrorista na Síria seria um "cenário de pesadelo" para os EUA, escreve a mídia austríaca. Sobre esta opinião comentou o cientista político, Igor Shatrov, durante entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.

O autor do artigo, da edição austríaca Contra Magazin, refere-se ao embaixador chinês em Damasco, Qi Qianjin, que anteriormente anunciou a intenção de Pequim de fornecer mais assistência ao povo e ao governo sírio.

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A publicação observa que, neste momento, na província síria de Idlib estão operando até mesmo jihadistas que vieram da China associados com a Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia), "apoiada pelos EUA e países do Golfo". O artigo também diz que Pequim está interessada na "destruição de milhares de terroristas uigures que deixaram a China e foram para a Síria nos últimos anos".

Como escreve o jornal, caso a China comece a participar ativamente do conflito sírio, como já fazem a Rússia e o Irã, o governo em breve estabelecerá o controle total sobre o território do seu país, tornando-se um tormento para Washington e para os países do golfo Pérsico.

O vice-diretor do Instituto Nacional para o Desenvolvimento da Ideologia Moderna, Igor Shatrov, comentou durante entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik sobre o artigo da edição austríaca.

"A participação da China em operações antiterroristas na Síria não é necessária no momento. A situação político-militar está se desenvolvendo de tal maneira que os terroristas já foram quase que completamente aniquilados em grande parte do país […] Portanto, acho que a participação chinesa possivelmente se tornou um pesadelo para os EUA, mas não acho que tenha sido um pesadelo menor [para os EUA] do que a participação da Federação da Rússia na operação."

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"Agora não há dúvidas de que, graças à ajuda dos serviços de segurança militar russos, o exército sírio vai lidar com sucesso com os terroristas e não será necessário introduzir quaisquer forças adicionais", continuou Shatrov.

O especialista tem certeza de que as palavras do embaixador chinês na Síria foram mal interpretadas e que, na verdade, "o embaixador chinês disse que a China vai continuar fornecendo ajuda humanitária à Síria proporcionada nos últimos anos".

"Para tal interpretação, a mídia e os políticos ocidentais têm bases: o peso político-militar da China está crescendo. Mas a influência chinesa se manifesta em uma área diferente — a esfera econômica", afirmou. 

"Acredito que a China participará ativamente da reconstrução pós-guerra da Síria, juntamente com a Federação da Rússia e outros países interessados na resolução pacífica do conflito sírio. E aqui nesta área a China vai competir seriamente com o Ocidente, que, de acordo com todos os sentidos, será proibido de participar de projetos sérios para reconstrução pós-guerra da Síria", concluiu o analista.

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