Geofísico: enigma do Triângulo das Bermudas continua sem explicação

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Conforme a mídia, os cientistas da Universidade de Southampton, Reino Unido, verificaram uma das teorias do desaparecimento de navios no Triângulo das Bermudas – são as "ondas vilãs". O geofísico Aleksandr Zhigalin comenta as conclusões dos cientistas britânicos.

A zona do oceano Atlântico limitada por Porto Rico, Flórida e ilhas Bahamas é conhecida pelo desaparecimento de navios e aeronaves. Por isso, existem várias teorias sobre estes desaparecimentos enigmáticos, uma das quais são ondas gigantescas de 20-30 metros que surgem de repente no oceano.

Os investigadores criaram o modelo da "onda assassina" no computador e dirigiram para ela um modelo de navio que se afundou em instantes.

No entanto, a teoria das ondas só explica o desaparecimento de navios, mas não de aviões. Por isso, ainda é cedo para falar de revelação do enigma do triângulo.

O cientista da Academia das Ciências Russa, Aleksandr Zhigalin, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, comentou as conclusões dos cientistas.

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"O Triângulo das Bermudas é um enigma da moda que tentam desvendar já por muito tempo, mas ainda não está completamente claro o que se passa lá. Primeiro, uma das versões principais era que nesta região ocorrem frequentemente nevoeiros espessos. A propósito, esta hipótese explica tanto o desaparecimento de navios, como de aviões. Mas no que se refere às ondas gigantescas, isso não é muito típico para a zona: o mar lá não é profundo, lá tem muitas algas, e não é muito fácil para as ondas se formarem. Em qualquer caso, até agora nunca se ouviu falar disso. Já a 'hipótese do metano', do ponto de vista físico, ao meu ver, é bastante justificada: a água rica em borbulhas de gás possui uma capacidade de sustentação baixa, e em certas circunstâncias os navios podem se afundar nessas águas. No que se refere à existência das 'ondas assassinas', isso pode ser considerado como um fato estabelecido — há bastantes evidências do aparecimento inesperado de tais ondas. Mas o seu surgimento nesta região em particular me cria grandes dúvidas", disse Aleksandr Zhigalin.

Ele tem certeza que a construção de modelos de computador é um meio de verificar uma hipótese, mas não se pode construir uma hipótese com base nela.

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"Não confio muito na criação de modelos. A minha experiência de muitos anos de trabalho como geofísico mostra que a modelagem é uma coisa algo traiçoeira. Porque, digamos de forma simples, os dados que introduzimos na máquina, são aqueles que vamos obter. Se quisermos construir uma onda de 30 metros, muito provavelmente a vamos obter. É necessário estudar qualquer fenômeno na realidade, não apenas no computador — só neste caso vamos obter uma resposta clara a todas as questões. Modelagem é um meio de verificação de hipóteses, mas não se pode construir uma hipótese com base neste meio", concluiu o especialista.

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