Bases militares dos EUA dependem de energia russa e irritam legisladores do país

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Os legisladores estadunidenses estão pedindo ao Departamento de Defesa dos EUA que reduza a dependência da energia russa em bases militares na Europa e que aplique sanções contra o projeto Nord Stream 2.

Dados da Agência de Logística de Defesa mostram que cerca de 40% do petróleo usado em instalações militares na Alemanha vem da Rússia. No sudoeste da Alemanha, por exemplo, a Base Aérea de Ramstein serve como sede das Forças Aéreas dos EUA na Europa e também é uma instalação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

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As bases dos EUA precisam de fornecimento de energia para garantir eletricidade confiável e outros suprimentos de energia, caso ocorra uma queda de energia, ou caso o fornecimento de energia seja comprometido, explicou Constance Douris, vice-presidente do Instituto Lexington.

O fornecimento de backup pode vir de microrredes capazes de operar fora da rede principal, do armazenamento de energia a granel, e até mesmo de veículos elétricos (VEs) cujas baterias podem ser usadas para alimentar casas, argumentou Douris.

Soluções de backup para bases militares dos EUA são imperativas diante do crescente fornecimento de energia da Rússia à Europa, disse ela.

A gigante de gás russo Gazprom, por exemplo, tem aumentado suas exportações para a Europa e suas vendas de gás no primeiro semestre deste ano ultrapassaram 100 bcm pela primeira vez — em 101,2 bcm, elas foram 5,8% mais altas do que as exportações no primeiro semestre de 2017, declarou a empresa.

Depois, há o controverso projeto do gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), liderado pela Gazprom, que tem a oposição de instituições da União Europeia (UE) e alguns países membros da UE, sem mencionar os legisladores dos EUA.

No início deste ano, Washington começou a sugerir possíveis sanções ao projeto.

Em meados de julho, o senador norte-americano John Barrasso introduziu uma legislação "para dar aos membros da OTAN uma fuga da coerção e manipulação política da Rússia".

A lei relativa à Cooperação para a Segurança Energética com os Parceiros Associados na Europa, ou a "Lei ESCAPE", autoriza sanções obrigatórias dos EUA sobre o desenvolvimento de projetos de gasodutos russos, como o Nord Stream 2.

Na semana passada, um grupo de senadores bipartidários, em uma carta liderada por Pat Toomey (republicano) e Bob Casey (democrata), instou o Departamento de Defesa dos EUA a comprar menos energia da Rússia.

"As bases militares dos EUA na Europa atualmente utilizam quantidades significativas de energia de origem russa, tornando-as vulneráveis a interrupções intencionais do fornecimento pelo governo russo. A confiança também reduz os esforços dos EUA para tranquilizar os aliados e dissuadir a agressão russa na Europa", dizem os senadores Toomey, Casey e os outros 11 senadores que assinaram a carta.

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"Prevemos que a Federação Russa continuará a usar energia — eletricidade, gás natural, petróleo e produtos petrolíferos refinados — como uma arma política na Europa. Portanto, os Estados Unidos devem se preparar para completar suas várias missões e deter quaisquer ameaças a nossas forças ou aliados, independentemente de, ou em oposição a, ações russas hostis", informaram os senadores.

De acordo com Douris, microrredes, sistemas de armazenamento e VEs poderiam ajudar as bases americanas a garantir um suprimento de energia de reserva. O Nissan LEAF, por exemplo, tem um sistema que permite aos usuários abastecerem sua casa com a energia armazenada na bateria do Nissan LEAF.

À medida que a Rússia expande seu alcance de energia para a Europa, há pedidos crescentes nos Estados Unidos para que as Forças Armadas do país considerem o fornecimento alternativo de eletricidade e fornecimento de energia.

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