Nova tríade: com que serão equipadas forças nucleares russas nos próximos anos?

© Sputnik / Yevgeny Biyatov / Acessar o banco de imagensSistema de mísseis de quinta geração Yars durante o ensaio da Parada da Vitória
Sistema de mísseis de quinta geração Yars durante o ensaio da Parada da Vitória - Sputnik Brasil
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Cruzadores com mísseis balísticos, sistemas de aviação de ataque e mísseis intercontinentais pesados – até 2027 o arsenal nuclear das Tropas Estratégicas de Mísseis da Rússia será completamente renovado, serão modernizados os bombardeiros Tu-160 e reequipada a frota submarina.

A Sputnik revela que armas de posicionamento terrestre, marítimo e aéreo entrarão em serviço do exército.

Garantes de paz

As Tropas Estratégicas de Mísseis sempre foram uma prioridade para a liderança política e militar da Rússia. Mesmo nos anos 90, após o colapso da União Soviética, seu poder de combate se mantinha em alto nível.

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Hoje em dia ainda mais atenção é dedicada ao assunto, os sistemas de mísseis estratégicos RS-24 Yars são uma resposta ao reforço dos sistemas de defesa antimíssil dos países da OTAN. Muitas unidades das Tropas Estratégicas de Mísseis esperam por reequipamento com o novo sistema móvel terrestre.

A base da tríade nuclear russa é constituída por mísseis balísticos intercontinentais Yars de combustível sólido junto com sistemas de mísseis Topol-M. Os mísseis Yars, com alcance de 12 mil quilômetros, equipados com ogivas separadas, dependendo da modificação, podem portar de três a seis ogivas nucleares com potência de 300 quilotons cada uma.

Para aumentar a segurança nos percursos de patrulhamento, os militares usam os novíssimos veículos Taifun-M antidiversão com base no veículo blindado de transporte BTR-82. Os seus sistemas de vigilância podem detectar um homem à distância de três quilômetros, e no caso do equipamento militar — de seis.

Em certo sentido, como a continuação do projeto Yars pode ser considerado o sistema de mísseis Avangard, equipado com blocos hipersônicos planadores em vez dos termonucleares clássicos. Uma ogiva de cruzeiro atinge um alvo 20 vezes mais depressa do que a velocidade do som. Graças à trajetória de voo a menor altitude, a intercepção dos mísseis Avangard é praticamente impossível para quaisquer sistemas antimísseis.

No que se refere aos mísseis a combustível líquido pesados, em breve nos silos serão colocados os mísseis RS-28 Sarmat ainda mais imprevisíveis para o inimigo potencial. Esse gigante é capaz de transportar ao território inimigo de dez a 15 ogivas divisíveis de 750 quilotons cada uma. O alcance do míssil supera 11 mil quilômetros.

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O Sarmat não tem análogos no mundo, a sua produção em série está marcada para 2020 e o primeiro regimento com este míssil estará pronto para combate já em 2021. Assim, o míssil representa um novo nível da contenção nuclear.

Donos de mares

Será o sistema de mísseis R-30 Bulava a dominar os mares nas próximas décadas. A sua elaboração foi iniciada nos finais dos anos 1990, e a Marinha recebeu o míssil em 2013, ao mesmo tempo com a entrada em serviço do cruzador submarino estratégico de mísseis Yuri Dolgoruky do projeto Borei. O submarino é capaz de efetuar lançamentos de qualquer ponto do Oceano Mundial, quer debaixo d'água quer emerso. A Marinha russa vai receber oito submarinos deste projeto até 2020.

Os submarinos Borei visam substituir os navios mais potentes do mundo do projeto 941 Akula (Tubarão em russo).

Hoje em dia, também estão em serviço outros cruzadores submarinos — os navios nucleares dos projetos Kalmar (Lula em russo) e Delfin (Golfinho em russo). Mas esses submarinos da terceira geração já têm mais de trinta anos, e eles pouco a pouco estão sendo substituídos.

Céu protegido

Quanto à aviação estratégica, a sua força principal são os bombardeiros pesados porta-mísseis Tu-95MS Medved (Urso em russo) e Tu-160 Bely Lebed (Cisne Branco em russo). A Força Aeroespacial recebe anualmente várias unidades de aviões modernizados.

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Entretanto, as últimas modificações preveem a adaptação para portar mísseis de cruzeiro Kh-101/102, com ogivas nucleares e convencionais respectivamente, com o alcance de 5.500 quilômetros. Os mísseis são produzidos em série para os bombardeiros estratégicos Tu-95MS.

Muitas vezes das manobras das forças nucleares participam os bombardeiros supersônicos Tu-22M3, cada um dos quais pode portar 24 toneladas de munições e atingir a velocidade de 2.300 km/h com autonomia de milhares de quilômetros da base. Os Tu-22M3 são equipados com mísseis supersônicos guiados com alcance de 480 quilômetros.

Supõe-se que estes bombardeiros se tornem portadores dos mísseis hipersônicos Kinzhal que superam todas as defesas antiaéreas e antimíssil sem obstáculos, levando as ogivas nucleares e convencionais à distância de até 2.000 quilômetros.

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