Inflação de 1.000.000% na Venezuela? Analistas põem em dúvida última previsão do FMI

© AFP 2023 / JUAN BARRETOCentro Simón Bolívar e prédio administrativo da Assembleia Nacional em Caracas
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a inflação na Venezuela chegará a 1.000.000% até ao final deste ano. A organização internacional compara a situação venezuelana com a da Alemanha logo após o fim da Primeira Guerra Mundial ou à do Zimbábue no fim dos anos 2010. Analistas russos comentam essa situação.

Segundo o relatório publicado no site do FMI, "a Venezuela continua atolada em uma profunda crise econômica e social. De acordo com as projeções, o PIB real será reduzido em aproximadamente 18% em 2018 (…) projetamos que a inflação chegue a 1.000.000% até o final de 2018".

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Lazar Jeifets, da Universidade Estatal de São Petersburgo e especialista em assuntos americanos, disse ao serviço russo da Rádio Sputnik que, para ele, a situação econômica na Venezuela é muito difícil, as autoridades venezuelanas não o negam. Há muitas razões para os problemas econômicos de Caracas, entre eles a queda dos preços do petróleo, as consequências das reformas econômicas realizadas pelo governo de Chávez e continuadas pelo presidente Maduro, bem como as sanções adotadas contra o país.

"Os países que apostam nos programas sociais como base para sua atividade econômica têm um problema sério: todos esses programas são muito interessantes e importantes para a população, para as pessoas mais pobres, mas custam muito caro", explicou ele.

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Para Egor Lidovskoy, especialista em assuntos da América Latina e diretor do Centro Latino-Americano Hugo Chávez, as previsões do FMI são uma medida de pressão psicológica sobre as pessoas que planejam investir na economia venezuelana.

"Sem dúvidas, não podemos ignorar que a Venezuela tem uma taxa de inflação muito alta, mas não devemos esquecer que todas as estruturas financeiras ligadas aos EUA ou seus parceiros sempre realizaram uma política destinada a agravar a situação econômica na Venezuela. Planejam derrubar Maduro, mas ainda não conseguiram fazê-lo. Houve até uma tentativa de enviar tropas à Venezuela […]", revelou ele.

"As declarações sobre uma taxa de inflação irrealisticamente alta [de 1.000.000%] mostra o aumento da pressão sobre a Venezuela. A Venezuela está atravessando uma crise econômica ligada a vários problemas, mas não se trata de fome, falta de comida", sublinhou ele, acrescentando que no país existem programas sociais de apoio às pessoas mais pobres.

Além disso, nos últimos tempos Caracas tem realizado uma política de substituição de importações, o que também deveria dar resultados positivos.

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O analista político Mikhail Belyaev declara que a taxa de inflação prevista pelo FMI testemunha que a circulação monetária no país está em colapso.

"A política econômica de Nicolás Maduro sofreu uma grande derrota, apesar das jazidas de petróleo e tentativas de encontrar algumas formas incomuns de solucionar os problemas, incluindo o lançamento do petro [criptomoeda venezuelana respaldada por petróleo]", afirmou ele.

Para Belyaev, o colapso da circulação monetária, por sua vez, testemunha o colapso de toda a economia e sistema financeiro do país. Ele sublinha que parcialmente os EUA, com sua política de sanções, são responsáveis pelo colapso da economia, mas se o governo atual realizar uma política econômica razoável, as consequências das medidas restritivas não seriam tão graves.

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