Do fórum participaram militares de 50 países africanos, bem como representantes da União Africana. Os militares chineses mostraram a seus colegas africanos as capacidades das forças terrestres, navais e aéreas e discutiram vários temas como os planos da África de fortalecer sua defesa e segurança, bem como a cooperação militar entre a China e a África.
A China aumentou não apenas o volume das suas exportações militares, mas também a gama de armas exportadas, bem como o número dos seus parceiros comerciais na África. Pequim fornece armas à Nigéria, Tanzânia, Chade, Gâmbia, Namíbia, Burundi, Moçambique, Gabão, Zâmbia, Zimbábue, Gana, Marrocos, Sudão, Iêmen, Camarões, Níger e Ruanda.
O especialista do Centro de Estudos Africanos da Academia de Ciências da Rússia, Nikolai Scherbakov, comentou em entrevista à Sputnik China por que Pequim quer ganhar a concorrência no mercado de armas africano.
"Tradicionalmente, a maioria dos países africanos depende dos fornecimentos de armas das ex-metrópoles ou, antes disso, da União Soviética e do Leste Europeu. Para os chineses, Pequim deve suplantar os fornecedores tradicionais e declarar-se como grande exportador de armas e equipamento militar. A China pode vender tudo isso de forma eficaz", explicou ele.
Para o especialista em assuntos internacionais do Instituto Chinês de Comunicações, Yang Mian, o fórum ajudará os países africanos a fortalecer a sua segurança contra o terrorismo e a violência.
"O terrorismo e o extremismo violento se fazem sentir em várias regiões africanas. Ali atuam organizações extremistas locais, tais como o grupo Boko Haram ou a Al-Qaeda no Magreb Islâmico [ambos proibidos na Rússia]. Por isso, as autoridades locais devem fortalecer suas capacidades de defesa e a China pode ajudá-las a fazer isso. As partes devem fortalecer a sua cooperação no que se refere à luta contra o terrorismo", explicou o especialista.
Yang Mian sublinhou também que as armas e equipamento chineses são mais vantajosos que os dos países acidentais no que se refere ao rácio custo-benefício. Ao mesmo tempo, a ajuda externa de Pequim não é acompanhada de quaisquer condições políticas. A China não tenta, como os países ocidentais, controlar a situação dos direitos humanos e o sistema de poder na África. Tudo isso pode contribuir para cooperação profunda entre a China e África nas áreas de defesa e segurança.