Desertor alega que Coreia do Norte pediu US$ 1 bi a Israel para não vender mísseis ao Irã

© AFP 2023 / Ed JonesMíssil balístico Musudan exibido durante a parada militar em Pyongyang em homenagem ao centenário do último líder norte-coreano, Kim Il-Sung, em 15 de abril de 2012
Míssil balístico Musudan exibido durante a parada militar em Pyongyang em homenagem ao centenário do último líder norte-coreano, Kim Il-Sung, em 15 de abril de 2012 - Sputnik Brasil
Nos siga no
Um ex-diplomata e intérprete norte-coreano alegou que o embaixador da Coreia do Norte na Suécia fez a Tel Aviv a oferta de negócio em 1999.

O ex-intérprete, Thae Yong-ho, disse que a proposta de pagamento de um bilhão de dólares foi apresentada a Gideon Ben Ami, enviado de Israel na Suécia, pelo embaixador norte-coreano Son Mu Sin, e seria aplicada a armas convencionais, mísseis balísticos e tecnologia nuclear. O ex-diplomata, que desertou para a Coreia do Sul em 2016, descreveu os detalhes do suposto acordo em um novo livro de memórias, segundo o Wall Street Journal.

Israel supostamente rejeitou a oferta, propondo em seu lugar ajuda alimentícia. Foi relatado que as negociações não haviam dado em nada, e que Pyongyang continuou a cumprir seus contratos de munições e mísseis convencionais com países com os quais Israel mantém relações hostis.

Presidente iraniano Hassan Rouhani faz discurso com retratos do Líder Supremo do Irã Ayatollah Ali Khamenei e do fundador da República Islâmica do Irã Ayatollah Ruhollah Khomeini ao fundo - Sputnik Brasil
Presidente do Irã acusa EUA e Israel de ajudarem terroristas na Síria
O governo israelense recusou o pedido de comentário da mídia israelense. Já o Irã negou anteriormente que tenha tido conversações com a Coreia do Norte sobre tecnologia nuclear. Entretanto, o Wall Street Journal não conseguiu nenhum comentário dos dois ex-diplomatas envolvidos nas negociações.

Na semana passada, Gideon Ben Ami confirmou que ele se reuniu com representantes norte-coreanos em várias ocasiões em 1999 e 2002, mas não mencionou as alegações feitas no livro de Thae. O vice-chefe do escritório para a Ásia do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Tzvi Gabbai, disse à edição na semana passada que Tel Aviv havia realmente dito a Pyongyang que ajudaria na agricultura, ou "talvez financeiramente", se a Coreia do Norte "parasse de vender armas à Síria e ao Irã, ou se eles estabelecessem relações diplomáticas com Israel". Pyongyang ainda não comentou essas alegações.

A Coreia do Norte não reconhece oficialmente Israel, denunciando-o como "satélite imperialista" dos EUA. Em vez disso, Pyongyang reconhece a soberania palestina sobre as terras israelenses. Ao longo de muitas décadas, a Coreia do Norte foi acusada de vender armas e tecnologia de mísseis a vários adversários israelenses, incluindo Irã, Síria, Líbia e Egito.

Former Israeli energy minister Gonen Segev (C) appears at the Tel Aviv district tribunal 22 April 2004 - Sputnik Brasil
Traição: Israel prende ex-ministro acusado de espionar para o Irã
Após o ataque israelense em 2007 contra a suposta instalação nuclear na Síria, a mídia ocidental e israelense afirmou que quase uma dúzia de cientistas nucleares norte-coreanos também foram mortos no ataque.

Damasco rejeitou a sugestão que a instalação tivesse algum propósito militar, descartando as alegações de um programa nuclear e lembrando das suposições sobre as armas de destruição em massa iraquianas antes da invasão de 2003. Israel reconheceu formalmente em março de 2018 que realizou o ataque de 2007.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала