Disputa pelo petróleo da Líbia chega na ONU

© REUTERS / ESAM OMRAN AL-FETORINuvens de fumaça negra no céu em meio a confrontos entre facções rivais da Líbia em Benghazi (arquivo)
Nuvens de fumaça negra no céu em meio a confrontos entre facções rivais da Líbia em Benghazi (arquivo) - Sputnik Brasil
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A luta pelo petróleo da Líbia continua. A National Oil Corporation (NOC), sediada em Trípoli, na Líbia, está pedindo a Organização das Nações Unidas (ONU) sanções contra 48 indivíduos e entidades por supostamente tentar vender ilicitamente o petróleo do país africano.

Em uma carta distribuída às embaixadas estrangeiras e à ONU, e obtida pela Reuters, o presidente da NOC Mustafa Sanalla descreveu um aumento nas tentativas de facções do leste de vender petróleo após a tomada de importantes campos de extração e exportação.

Desde 2014, as potências ocidentais e o Conselho de Segurança da ONU apoiam a NOC como a única produtora e vendedora legítima de petróleo líbio, advertindo que as exportações ilícitas podem levar a uma maior fragmentação de um país já dividido. 

Mas a carta de Sanalla diz que uma NOC falsa, chamada Benzaghi NOC, está vendendo petróleo na cidade de Benghazi, sob as ordens de Faraj Said, chefe da empresa desde agosto passado. O objetivo da empresa falsa é "ganhar o controle do petróleo líbia", escreveu Sanalla.

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A carta foi enviada em meados de junho, cerca de 10 dias antes das forças leais ao comandante do leste Khalifa Hafter anunciaram que iriam entregar portos líbios do leste e campos para a Benghazi NOC, elevando as apostas sobre a disputa pelo petróleo do país.

A produção caiu de pouco mais de um milhão de barris por dia (bpd) para 850 mil bpd após petroleiros da NOC terem sido impedidos de serem carregados, após o fechamento dos portos de Zueitina e Hariga. O  Exército Nacional Líbio de Khalifa Haftar também impediu a NOC de reabrir os portos petrolíferos de Ras Lanuf e Es Sider.

O impasse é parte de um conflito mais amplo que se desenvolveu após o levante apoiado pela Otan contra Muammar Kadhafi sete anos atrás. Facções alinhadas com governos rivais no leste e no oeste competiram pelo poder desde as disputadas eleições de 2014.

Cerca de três quartos da produção de petróleo da Líbia é baseada no leste, mas as vendas e receitas do petróleo passam por Trípoli, sede de um governo interino apoiado internacionalmente.

Alguns no leste reclamam há muito tempo que recebem muito poucos dólares, e as autoridades em Trípoli contestam isso.

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