Caçadores mais astutos: o que acontece com vítima em aperto de jiboia?

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Ausência de garras e caninos dificulta o processo de caça. Para apanhar uma presa, a jiboia a leva até o ataque cardíaco, o polvo usa a astúcia militar e choco finge ser um caranguejo-eremita. A Sputnik revela os métodos de caça mais interessantes.

A estratégia principal dos predadores é saltar de uma emboscada, alcançar, pegar a vítima e morder. Mas alguns predadores atuam de forma diferente.

Quando a presa come o caçador

Sabe-se que as rãs comem insetos, as serpentes — rãs, as aves e animais — cobras. É a cadeia alimentar normal. Mas nem sempre assim acontece.

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Há insetos adultos que caçam anfíbios bastante tradicionalmente: atacam de emboscada e paralisam com a picada. No entanto, as suas larvas têm uma estratégia diferente: fingem ser vítimas inofensivas, mas quando uma rã ou sapo as tenta comer agarram-se fortemente à garganta dos anfíbios com os maxilares, e as larvas os comem vivos.

Vítimas de engano

Os chocos podem mudar sua estratégia da caça. Segundo revelaram os cientistas, a memória episódica permite a esses moluscos beneficiarem da sua experiência. Eles escolhem o meio de atrair vários peixes: podem fingir ser uma pedra, alga ou caranguejo-eremita.

A questão principal é que a vítima deve ficar bastante perto do choco, pois ele lança os seus tentáculos com ventosas que agarram a presa. Alguns até imitam os movimentos dos animais que fingem ser. Essa tática não só confunde os peixes, mas também serve de proteção dos predadores.

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Em comparação com os chocos, os polvos ficam esperando sua vítima com muita paciência em emboscada e, quando ela está perto, agarram-na com todos oito tentáculos ao mesmo tempo.

Entretanto, esse não é o caso do polvo listrado do Pacífico. Se uma presa se aproxima bastante perto dele, ele toca levemente a vítima nas costas com um tentáculo. Tentando se salvar, a vítima foge para o outro lado, mas lá já estão os outros sete tentáculos do polvo e o seu bico poderoso, parecido com o de um papagaio, declaram os cientistas.

Ganharam um infarto

As jiboias caçam de forma bastante simples: atacam a vítima de uma emboscada, enlaçam-na com seus anéis e asfixiam, mas nem tudo é tão elementar.

Em 2012 os biólogos norte-americanos conseguiram assistir ao epicentro da caça da serpente. Eles ofereceram a uma jiboia faminta um rato morto há vários dias, mas aquecido até 38 graus e com um aparelho especial que imita a pulsação.

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Na sequência do experimento, os especialistas chegaram à conclusão que a jiboia aperta a presa enquanto o coração bater, pois o aperta com mais força enquanto sente o pulso.

Passados três anos, a mesma equipe científica estabeleceu que na verdade as jiboias não asfixiam a vítima, mas tentam parar seu fluxo sanguíneo. Eles descobriram que a circulação de sangue das vítimas parou logo vários segundos depois de as jiboias as apertarem. O oxigênio não conseguia atingir os órgãos e tecidos, o sangue das veias não tinha acesso ao coração. Como consequência, a palpitação do coração se acelerava, aumentando o nível de potássio no sangue, o que normalmente significa um infarto.

Bando de jiboias

A imagem das jiboias como caçadores solitários também pode ser revisada. O biólogo da Universidade de Tennessee, EUA, Vladimir Dinets, observou em Cuba como representantes da espécie Chilabothrus angulifer coordenavam suas ações durante a caça para aumentar as chances de sucesso.

As jiboias cubanas comem sobretudo morcegos. A única chance de apanhar a vítima é quando ela voa da caverna. Para isso os répteis ficavam perto da entrada a fim de a bloquear completamente. O cientista concluiu que quanto mais serpentes participavam da caça, mais bem-sucedida era a caça. Quando era só uma a jiboia que esperava os morcegos, a caça demorava em média cerca de 19 minutos.

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