Estupros, crianças-soldado, canibalismo e outras atrocidades que guerra trouxe ao Congo

© AFP 2023 / Griff TapperPolicial militar segura detido que participou de manifestação, RD do Congo
Policial militar segura detido que participou de manifestação, RD do Congo - Sputnik Brasil
Nos siga no
A organização das Nações Unidas (ONU) publicou em 3 de julho um relatório registrando violações e atrocidades, como canibalismo, cometidas no conflito armado na República Democrática do Congo (RDC), segundo o RT.

O conflito se desencadeou no fim de 2016 entre a milícia do líder local Kamwina Nsapu, o grupo Bana Mura e as forças armadas da nação africana junto com outros grupos.

Funcionário de saúde de Serra Leoa atende um paciente suspeito de ter contraído o vírus ebola - Sputnik Brasil
Ebola volta a assustar: República Democrática do Congo já tem quase 30 casos confirmados
Em particular, o escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (EACDH) destaca que entre janeiro e maio deste ano foram registradas 2.858 violações. Além disso, o texto do relatório da ONU alerta sobre o aumento destes casos, que no mesmo período de 2017 alcançou 2.332.

Pessoas deslocadas

A organização internacional sublinha que atualmente em todo o país há 4,4 milhões de deslocados internos devido à violência. A ONU expressou preocupação especial com o ambiente hostil nas províncias de Kivu do Sul e do Norte, assim como nas províncias de Kasai e Maniema, onde aumentou o número das operações de grupos armados como Mai-Mai.

Jean-Pierre Bemba, ex-vice-presidente da República Democrática do Congo durante audiência do Tribunal Penal Internacional (ICC) em Haia, em 21 de junho de 2016 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Tribunal Internacional liberta condenado por crimes de guerra e incendeia o Congo
Por outro lado, o relatório apontou o fato de por um terço das violações e abusos, incluindo sexuais, "parecem ter sido responsáveis as forças armadas congolesas".

Também de acordo com especialistas da ONU, no conflito armado sofrem muitas crianças, pois com frequência são forçadas pelas milícias a combater sem armas ou apenas com paus", enquanto as forças armadas utilizam armas automáticas. Porém, quase nenhum destes casos foi submetido a processo judicial, escreve RT, citando o relatório.

Canibalismo

Entre outras crueldades do confronto o relatório indica os casos de canibalismo: "Uma vítima nos disse que em maio de 2017 ela viu um grupo de milicianos de Kamwina Nsapu em que alguns deles carregavam genitais femininos como medalhas", diz o documento citado pela Reuters.

Outras vítimas relataram ter visto pessoas que cortavam, cozinhavam e comiam carne humana e bebiam sangue.

O relatório também reporta casos quando meninos foram forçados a estuprar suas mães, meninas foram convencidas que a bruxaria iria fazer com que elas pudessem capturar balas, outras mulheres foram forçadas a escolher entre estupro em grupo ou a morte.

Desconfiança no processo eleitoral

nesta foto de 21 de maio de 2016, um grupo de soldados da Costa do Marfim patrulham uma area abandonada em 2011, na fronteira do país com a Libéria, assolada então por uma guerra civil - Sputnik Brasil
'Mais guerra, mais dinheiro': Ocidente não quer a paz na África, diz líder mercenário
Neste contexto, o documento da ONU afirma que não há garantias para confiar na legitimidade de um possível processo eleitoral, previsto para 23 de dezembro.

A ONU observa que "se intensificou a intimidação de ativistas dos direitos humanos e jornalistas e continuam sendo registrados muitos casos de detenções arbitrárias por parte das forças de segurança".

O documento destaca que uma das razões para a crise local pode ser a excessiva permanência no cargo do presidente Joseph Kabila, que chegou ao poder em 2001, quando mataram seu pai Laurent-Désiré Kabila.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала