Eventos incomuns no céu: cientista explica de onde surgem OVNIs

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Caça aos extraterrestres ultimamente tem perdido atualidade, mas na mídia e redes sociais continuam aparecendo vídeos com objetos misteriosos. No Dia Internacional de Observação dos OVNIs, o cientista e astrônomo russo Vladimir Surdin contou à Sputnik o que se sabe sobre alienígenas.

Nos últimos anos, o tema dos OVNIs parece ter perdido seu interesse, tanto para cientistas como para os governos.

Porém, o pesquisador sênior do Instituto Astronômico Sternberg em Moscou, Vladimir Surdin, aponta que a URSS, por exemplo, nunca se ocupou muito deste assunto. Em certo momento, foi criada uma comissão para estudos de OVNIs, mas logo que perceberam que não havia nenhuma ameaça para o país, o órgão foi fechado.

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O interesse pelos OVNIs diminuiu inclusive devido ao trabalho dos cientistas, acredita Surdin. Membro da Comissão para Combate à Pseudociência da Academia Russa de Ciências, o cientista conta que ele e seus colegas revelam quais são os fenômenos que realmente aparecem na atmosfera da Terra, mas que são tomados por discos voadores, resolvendo muitos "enigmas".

Falando dos astros que alguma vez atingiram a superfície do nosso planeta, não se pode deixar de lado o asteroide de Tunguska, cuja colisão com a Terra ainda hoje causa muitas perguntas aos especialistas. É que entre a queda do objeto celeste, em 1908, e a primeira expedição ao lugar, em 1920, passou muito tempo e muitas evidências da catástrofe desapareceram nos pântanos siberianos, explica o cientista russo.

"Por enquanto há apenas hipóteses mais ou menos verossímeis [do acontecido]. É muito provável que tenha sido um cometa pequeno, com uns 65-70 metros de diâmetro, que explodiu na atmosfera […] A explosão devastou a floresta, mas vestígios materiais do astro nunca foram encontrados", comentou Surdin.

No entanto, acrescenta, este caso não pode ter algo a ver com extraterrestres.

"Pode-se discutir os detalhes — que tipo de cometa era, qual a sua composição […] Mas não há lugar para [hipóteses sobre] OVNIs", disse.

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Eventos incomuns na atmosfera em muitas ocasiões não têm uma explicação racional devido à falta de descrições detalhadas do objeto, avança Surdin.

Um profissional sabe determinar de onde veio e em que direção voava tal objeto, sua intensidade, cor, etc., enquanto testemunhas sem conhecimentos de astronomia interpretam as coisas que observam de acordo com sua percepção psicológica.

"É um mecanismo mental: coisas que são importantes e interessantes para nós parecem maiores […] Por exemplo, a Lua e o Sol parecem grandes para nós. Por isso é difícil entender o que realmente viu uma pessoa quando não pode descrevê-lo profissionalmente", detalhou o especialista.

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Como exemplo o astrônomo lembrou um caso que aconteceu com ele há pouco em São Petersburgo.

"Estava observando um bólido, ou seja, um meteoro. Além de mim havia umas seis pessoas e todos descreveram de modo diferente o que viram: para onde voou, por quanto tempo, sua cor, sua intensidade. Cada um tinha sua impressão sobre o que aconteceu. Isso mostra como é forte a influência da mente em nossa percepção", sublinhou o cientista.

A percepção dos astrônomos, por sua vez, é menos influenciada porque eles estão acostumados a observar o céu e as pessoas tendem a observar mais a terra, ressalta Surdin. Mas, conclui, hoje em dia investigar casos de "OVNIs" no céu é mais fácil graças a câmeras e outros aparelhos.

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