Ex-premiê Tony Blair pede que Reino Unido se una à Rússia contra o terrorismo

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O ex-primeiro-ministro Tony Blair pediu ao Reino Unido que coopere com a Rússia para combater o terrorismo. Blair disse que sempre haverá "fortes divergências" com o Kremlin, mas a relação é necessária.

Enquanto falava na Chatham House, em Londres, na quarta-feira, Blair afirmou que, enquanto a tensão entre o Reino Unido e a Rússia pode continuar, a necessidade de uma frente unida contra o terrorismo é crucial.

"No Oriente Médio, na luta contra o terrorismo, sim, teremos que nos aliar à Rússia, mas isso não quer dizer que não estamos preparados para ter fortes e fortes discordâncias com eles quando estão fazendo coisas com as quais não concordamos e não posso concordar com", declarou Blair.

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"É por isso que sempre com a Rússia teremos desentendimentos, o que será muito feio e difícil de vez em quando, mas estaremos sempre querendo lidar com eles em um certo ponto — e é por isso que precisamos ter cuidado, em como nos aproximamos do relacionamento", acrescentou.

A relação entre o Reino Unido e a Rússia se deteriorou nos últimos meses após a tentativa de homicídio do ex-agente duplo russo Sergei Skripal e sua filha Yulia, em Salisbury, em março. O Kremlin negou veementemente qualquer envolvimento na tentativa da vida de Skripal, mas o Reino Unido culpou a Rússia e expulsou 23 de seus diplomatas em retaliação ao envenenamento.

O Reino Unido e seus aliados se opuseram à Rússia no conflito sírio. A Rússia tem ajudado seu aliado, o presidente sírio Bashar Assad, no combate aos grupos rebeldes. Tanto a Rússia quanto Assad afirmam que os grupos militantes são terroristas.

Desde 2011, a Síria tem assistido à ascensão do Daesh e outros grupos terroristas alinhados à Al-Qaeda, provocando temores de que a Síria possa se tornar uma base para grupos militantes. Moscou interveio no conflito em setembro de 2015, e ataques aéreos russos foram desde então cruciais para impedir a derrubada do governo de Assad.

A ONU estima que 400 mil pessoas foram mortas desde o início da Guerra Civil Síria.

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Esta não é a primeira vez que Blair enfatizou a necessidade do Ocidente trabalhar com a Rússia para deter grupos terroristas. Em abril de 2014, ele disse que a ameaça do "islamismo radical" era tal que "sobre essa questão, quaisquer que sejam nossas outras diferenças, deveríamos estar preparados para estender a mão e cooperar com o Oriente, e em particular a Rússia e a China".

Blair já liderou o Reino Unido em conflitos no Oriente Médio para participar da "Guerra ao Terror", juntando-se à invasão do Afeganistão em 2002 a mando do presidente dos EUA, George W. Bush, em resposta ao ataque terrorista do 11 de Setembro. Blair tem consistentemente defendido sua decisão de invadir o Afeganistão, a partir de 2015: "Acho que sempre pareceu certo e justo que estivéssemos lá no Afeganistão, tanto lutando para remover o Talibã quanto para estabilizar o país".

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