Copa do Mundo na Rússia vai dar show - e tem provas históricas para isso

© Sputnik / Maria Plotnikova / Acessar o banco de imagensCerimônia de abertura das Olimpíadas de Sochi, em 2014 (foto de arquivo)
Cerimônia de abertura das Olimpíadas de Sochi, em 2014 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Hoje (14), na Rússia começa o maior evento no mundo de futebol - a Copa do Mundo 2018. O evento foi muito esperado tanto no país quanto fora; porém, não é a primeira vez que a Rússia sedia festas esportivas. Nessa edição especial da Sputnik Explica propomos relembrar algumas experiências inesquecíveis da Rússia como país-sede amante de esporte!

Uma coisa é certa — a Rússia sempre soube fazer o mundo admirar sua hospitalidade e generosidade em torneios. Talvez tenha sido por isso que quase todo grande evento esportivo no país tem sido relacionado a várias perturbações no palco internacional. Afinal, vamos fazer uma retrospectiva, começando ainda pela época dos Sovietes.

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Ursinho olímpico

No ano de 1980, a Rússia, sendo ainda URSS, acolheu a primeira Olimpíada de Verão. Foi a primeira não só para o próprio país, mas também para todo o Leste Europeu e para o campo de nações socialistas em geral. A herança daquele evento continua viva até hoje, com diversas estruturas funcionando e construções como a Vila Olímpica, bem no centro de Moscou, tendo se tornado históricas.

Contudo, o célebre evento acabou sendo empanado pela tensão política, pois o mundo estava em pleno confronto entre os blocos militares da OTAN e do Pacto de Varsóvia.

Estando na época de Guerra Fria em andamentos, era bem provável para Moscou se deparar com resistência dos países ocidentais nesse sentido: ninguém queria que o "Império do Mal" mostrasse como era na realidade, amigável e pronto para acolher os visitantes do mundo todo.

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Assim, após o começo da operação das tropas soviéticas no Afeganistão, em 1979, com a finalidade de combater as rebeliões em um país aliado e extremamente instável no sentido político e social. Isso, por sua vez, foi compreendido como agressão pelo lado norte-americano (embora tenha sido a pedido das autoridades afegãs, o que faz relembrar a atual situação na Síria) e esta se apressou a proclamar boicote aos Jogos.

O boicote foi apoiado por mais de 60 países aliados de Washington, em uma tentativa de isolamento total de Moscou. E foi aí que, pelo visto, começou aquela mistura inacessível de esporte e política que podemos observar até hoje — apesar de contradizer completamente os princípios do movimento olímpico.

Entretanto, o protesto ocidental não saiu assim tão eficiente como se esperava. Muitos atletas dos países europeus não acordaram em desistir do seu sonho de quatro anos de trabalho árduo para qualquer atleta profissional e desembarcaram em Moscou com o fim de participar segurando bandeira olímpica.

Um dos símbolos mais marcantes dos Jogos de 1980 foi seu mascote — o urso Misha. Esse, na verdade, fez história com sua subida ao céu durante a cerimônia de encerramento, deixando muitas pessoas em lágrimas. Assim, marcou presença na história, e a partir daí milhões de famílias soviéticas ficaram com suas "encarnações" para ter uma boa lembrança deste sonho vivido.

História feita em Sochi

Posteriormente, a Rússia recebeu a honra de sediar a Olimpíada já após o colapso da URSS, em 2014. Dessa vez, os Jogos, por mais estranha que seja essa coincidência, também enfrentaram sérias perturbações na política internacional: estava em pleno andamento o golpe de Estado na Ucrânia, que consequentemente acabou por arruinar completamente as relações entre Kiev e Moscou e provocar agravamento nas suas relações com todo o Ocidente.

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Da mesma forma que acontece agora com os fictícios "hooligans" russos da BBC, a mídia não poupou provocações antes dos Jogos de Sochi. Falava-se, inclusive, sobre grandes perigos de um ataque terrorista: não só dos perigos, mas até dos "laços" das autoridades russas com grupos terroristas, o que é de fato algo inédito, dado a trajetória russa na luta contra essa "praga" da humanidade.

Os jornalistas usaram todo o arsenal de invenções mordazes para criar uma impressão "genuína" de Sochi: a de construções inacabadas, esgoto disfuncional, estradas desajeitadas.

Isso não impediu que milhões de fãs chegassem à linda cidade de Sochi, que combina o mar e montanhas, o calor e a neve, para descobrirem como a Rússia é na verdade. As Olimpíadas de Inverno 2014 acabaram sendo um grande sucesso, a despeito de todas as especulações, sendo que os organizadores conseguiram interpretar até as suas falhas (como um arco olímpico fechado na cerimônia de abertura) em trunfos, com ar humorístico e acolhedor.

E a Copa vem aí!

A história e as emoções de torcedores que já viajaram para a Rússia em grandes eventos como este é a melhor prova de que a Rússia sabe como organizar festas esportivas da melhor maneira possível. Isso ainda sem falar sobre outros eventos, de escala mais humilde, mas de mesma forma exitosos — como a Universíada de Verão de 2013 em Kazan ou o Mundial de Judô de 2014 em Chelyabinsk.

Todos esses torneios fazem crer que na Copa a Rússia vai voltar a arrasar — e conseguirá unir as nações de todos os cantos do mundo em um fervor só, o de amor pelo esporte e pela paz.

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