Pentágono impõe sua agenda à América Latina, opina analista

© AP Photo / Victor R. CaivanoDestroier norte-americano Nitze junto com outros navios militares no porto do Rio de Janeiro, Brasil (foto de arquivo)
Destroier norte-americano Nitze junto com outros navios militares no porto do Rio de Janeiro, Brasil (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Até hoje a luta contra as drogas e terrorismo eram as razões pelas quais o Comando Sul do Pentágono diz manter sua presença na América Latina. Contudo, nos últimos documentos já se fala da corrupção.

A especialista militar Silvina Romano notou na entrevista à Sputnik Mundo que esse problema tem um caráter civil e não tem nada a ver com governança militar na América Latina.

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"A instalação da base militar em Neuquén, Argentina, é uma evidência da aproximação do presidente Mauricio Macri com o governo e setor privado dos Estados Unidos. Agora dizem que o problema principal na Argentina é o terrorismo. Eu me pergunto se este é realmente o principal problema para os argentinos", ressaltou Romano.

Além do mais, ela chamou atenção para os planos do Pentágono na América Latina.

"Dizem que a base em Neuquén vai ser aberta para ajuda humanitária, mas por trás disso está a presença territorial das forças militares dos EUA. A Patagônia é a entrada à Antártida, tudo isso se faz nos interesses da indústria militar dos EUA. Qualquer projeto do Comando Sul vai contribuir para a indústria das armas norte-americana", explicou a analista.

O terrorismo, a ajuda humanitária, a guerra contra drogas — "tudo isso são doutrinas impostas pelos EUA, é Washington que impõe a agenda e dita quais são os problemas que devem preocupar a nossa região", frisou a analista e pesquisadora.

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Além disso, o Comando Sul, a missão permanente militar dos EUA na América Latina e no Caribe, busca intervir nas questões não ligadas à defesa ou segurança.

"De repente começaram a se preocupar com a corrupção, que sempre tem sido um assunto civil", diz Romano.

Conforme ela, há um documento de 2018 do Comando Sul em que a corrupção é classificada como "câncer que devora a democracia" na América Latina.

"A questão é como os EUA pretendem lutar contra ela. Quando falamos da guerra jurídica contra a corrupção, da liquidação de oponentes políticos, falamos sobre a guerra híbrida que é travada sempre e em várias frentes ao mesmo tempo: na mídia, psicologia, economia, etc.", concluiu Romano, investigadora do Centro Estratégico Latino-americano de Geopolítica (CELAG).

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