Hamas é 'principal responsável pela situação miserável em Gaza', diz analista israelense

© AFP 2023 / MAHMUD HAMSManifestantes palestinos queimam pneus perto da fronteira entre Gaza e Israel, a leste da cidade de Gaza, enquanto palestinos se preparam para protestos pela posse da embaixada dos Estados Unidos, após a controversa mudança para Jerusalém, em 14 de maio de 2018
Manifestantes palestinos queimam pneus perto da fronteira entre Gaza e Israel, a leste da cidade de Gaza, enquanto palestinos se preparam para protestos pela posse da embaixada dos Estados Unidos, após a controversa mudança para Jerusalém, em 14 de maio de 2018 - Sputnik Brasil
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Israel desmentiu a declaração do Hamas de que um cessar-fogo foi alcançado em meio à violência na Faixa de Gaza. O ministro da Inteligência israelense, Yisrael Katz, afirmou que tal acordo nunca foi alcançado, enquanto o subchefe do Hamas em Gaza, Khalil al-Hayya, disse que os dois lados concordaram com uma trégua após intervenção mediadores.

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A Sputnik discutiu os temas conflitantes com o Dr. Nimrod Novik, membro do Comitê Superintendente dos Comandantes para a Segurança de Israel.

Ao ser perguntado sobre as declarações conflitantes e como seria possível aliviar as tensões em curto prazo, Novik afirmou que "as diferenças entre as declarações de Gaza e de Jerusalém refletem o jogo semântico para o público doméstico".

"Os habitantes de Gaza, é claro, gostariam de se orgulhar de que Israel reconhece a existência do Hamas e pretende chegar a um acordo com eles. Os israelenses preferem não conceder tal crédito ao Hamas, então [em relação] ao acordo ou ao entendimento que tenha sido intermediado, principalmente pelos egípcios, cada lado prefere chamá-lo de outra coisa, mas a questão é que os dois lados concordaram com um cessar-fogo", afirmou.

Alguns fatores foram determinantes para o aumento de tensões sem precedentes do confronto, iniciado quando os palestinos organizaram a manifestação chamada de Grande Marcha de Retorno.

"Eu diria que os fatores que temos visto em jogo nos últimos meses são os mesmos que vimos em jogo antes da última rodada de guerra em Gaza em 2014 […] Alcançando um cessar-fogo depois que muitos estão feridos; desta vez, graças a Deus, foi menos do que em ocasiões anteriores; mas ainda assim, toda vida é preciosa, mas não vemos uma grande mudança na situação".

O cientista político acredita haver um problema na sincronização das partes envolvidas para mudança das condições criadoras da erupção contínua de violência.

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"Gaza é um barril de pólvora; a situação é insuportável, a comunidade internacional cede ao veto do poder palestino sobre a reconstrução de Gaza. O poder palestino acredita que aumentando a pressão sobre os palestinos em Gaza, eles se livrarão do Hamas. Bem, isso não aconteceu e, em meu julgamento, não é provável que aconteça […] Mas nós vimos uma mudança na liderança do Hamas. O Hamas, é claro, é o principal responsável pela situação miserável em Gaza e a nova liderança do Hamas parece ter chegado à conclusão correta: que eles precisam mudar de rumo. Para que isso aconteça, eles precisam de outros para demonstrar que a mudança de rumo vale a pena", destacou o analista.

Alguns especialistas falaram sobre a reconstrução de Gaza, e que não se pode resolver este problema sem antes solucionar o sofrimento das pessoas da região. Questionado sobre isso, o analista disse que concorda e alega que a reconstrução não está de fato acontecendo, colocando a culpa primária da situação no poder palestino.    

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