Objetivos ocultos: EUA transferem seu material bélico para Polônia

© AP Photo / Czarek SokolowskiVeículos militares do Exército dos EUA cruzam a fronteira polonesa em Alszyna, na Polônia
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EUA estão transferindo material militar para a Polônia para "garantir seus interesses nacionais". Mas que objetivo estão eles perseguindo na realidade? Especialista russo compartilha as explicações possíveis.

A 598ª brigada de transporte do Exército dos EUA firmou um contrato com a empresa Baltic Container Terminal no valor de US$ 841 mil (R$ 3,1 milhões) para transferir carga militar ao porto polonês de Gdynia. Segundo o documento, o posicionamento da carga precisa de uma área de 25-30 mil metros quadrados. É um contrato anual e estará em vigor até 14 de maio de 2019.

No entanto, vale destacar que o objetivo de tal passo, dado pela parte norte-americana, foi ocultado intencionalmente, segundo revela o canal russo RT que obteve acesso ao documento.

O próprio documento indica que a transferência da carga militar é necessária para "apoiar os interesses militares nacionais/estratégicos dos EUA".

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O contrato não revela de que essa carga é realmente composta. Mas é possível que inclua equipamento militar para os próximos exercícios militares Saber Strike 2018, organizados pelos EUA na Europa de 3 a 14 de junho. Espera-se que das manobras, que terão lugar na Letônia, Lituânia, Estônia e Polônia, participem 18 mil militares.

Ao mesmo tempo, a carga militar em questão pode ser utilizada para construir uma base estadunidense na Polônia, opina o professor da Academia de Ciências Militares russa, Sergei Sudakov.

"Agora isso será um trabalho preparativo de engenharia. A carga que irá chegar será, acredito, de sistemas antimísseis e cargas de engenharia. Os sistemas de mísseis de alta precisão desempenharão um papel mais importante em combate do que os tanques. Quando vocês criam uma base, a primeira coisa a fazer é encerrar o céu sobre ela. A etapa seguinte é o posicionamento de sistemas ofensivos e equipamentos", declarou o especialista ao RT.

Resposta à 'ameaça crescente por parte da Rússia'

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Vale lembrar que em 28 de maio o Ministério da Defesa da Polônia apresentou a iniciativa para estabelecer uma base permanente dos EUA no território do país. Ao apoiar o projeto, a Polônia está disposta a investir entre US$ 1,5 bilhões (R$ 5,6 bilhões) e US$ 2 bilhões (R$ 7,5 bilhões).

Quanto à Polônia, seu Ministério da Defesa vê a "necessidade evidente e premente de posicionamento de uma unidade estadunidense permanente no território do país". Nessa conexão, o comunicado do ministério sublinha que o estabelecimento de uma base norte-americana no país tem como objetivo dar resposta à "ameaça crescente por parte da Rússia".

Segundo opina o especialista russo, os EUA tencionam criar sua base na Polônia para contrabalançar os países da Europa Central.

"A Europa tem saído do controle dos EUA. Opino que a Polônia dá tal passo só para que Varsóvia, conforme a ideia de Trump [Donald, presidente dos EUA], se torne o líder da Europa Oriental. O estabelecimento de uma infraestrutura militar na Polônia será um trunfo para os EUA. É uma transferência rápida e móvel de grandes unidades militares para junto das fronteiras da Rússia", apontou.

Ao mesmo tempo, Moscou já anunciou as medidas de resposta possíveis em caso de instalação de uma base militar dos EUA na Polônia.

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"Em geral, temos observado uma expansão gradual da estrutura militar da OTAN em direção às nossas fronteiras, uma aproximação da estrutura militar da OTAN das nossas fronteiras, isso certamente que não contribui de forma nenhuma para a segurança e estabilidade no continente, ao contrário, essas ações expansionistas levarão inevitavelmente a uma resposta por parte da Rússia, para equilibrar a paridade que tem sido destruída", assinalou Peskov nesta segunda-feira (28) aos jornalistas.

Moscou argumenta que a implantação desses contingentes nas proximidades de suas fronteiras representa uma ameaça à sua segurança, além de ser uma medida provocatória que carece de fundamento real, já que não há ações agressivas por parte da Rússia na região.

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