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Combustível para protestos: após caminhoneiros, petroleiros também anunciam greve

© Sputnik / Solon NetoManifestantes em defesa da Petrobras, no Rio de Janeiro, em frente à sede da empresa
Manifestantes em defesa da Petrobras, no Rio de Janeiro, em frente à sede da empresa - Sputnik Brasil
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Em meio ao caos provocado pela greve dos caminhoneiros, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) também anunciou uma paralisação de 72 horas para protestar contra as políticas do atual governo para o setor dos combustíveis. Em entrevista à Sputnik Brasil, o diretor da FUP, Simão Zanardi, esclareceu melhor os motivos de sua mobilização.

De acordo com Zanardi, que é também presidente do Sindicato de Petroleiros de Duque de Caxias (Sindipetro), as mudanças anunciadas pela Petrobras no ano passado, como o repasse de refinarias e terminais de logísticas para parceiros e o alinhamento dos preços da gasolina, do diesel e do gás liquefeito de petróleo (GLP) ao mercado internacional, foram percebidas pelos trabalhadores da área como fonte de grandes prejuízos para o povo brasileiro, uma vez que essas alterações teriam como único objetivo atender os interesses de acionistas e empresários estrangeiros. Para ele e seus colegas, essas e outras medidas adotadas pela atual administração não fazem sentido do ponto de vista da população e estão mergulhando o país numa grande crise. 

A paralisação convocada pela FUP, a partir do primeiro minuto de quarta-feira, 30 de maio, visa a baixar os preços do gás de cozinha e dos combustíveis, protestar contra a privatização da Petrobras e a importação de derivados de petróleo e pedir a saída imediata do presidente da empresa, Pedro Parente, visto pelos petroleiros como um dos maiores responsáveis pelos atuais problemas do setor. 

"Nós temos petróleo, nós temos refinarias e a gente não precisa ter essa variação de preços com o mercado internacional, onde o valor do petróleo é dado pelas guerras. A gente entende que o preço deveria ser o custo de produção", afirmou o diretor da FUP. 

Devido à greve dos caminhoneiros, o governo federal anunciou algumas medidas para controlar os preços dos combustíveis. Segundo Zanardi, no entanto, essas medidas não resolvem o problema, uma vez que será mantido o alinhamento com o mercado internacional. 

"A medida que o governo deveria tomar era colocar para funcionar as refinarias no Brasil. Nós temos 14 refinarias no país que estão funcionando com carga reduzida devido ao aumento das importações e distribuições de derivado", argumentou, acusando o governo de levar o país de volta a uma época neocolonial. 

De acordo com Simão Zanardi, o governo federal deve rever imediatamente uma série de políticas que vêm adotando para, dessa forma, recuperar a soberania brasileira, hoje ameaçada pela dependência do capital multinacional. "Nós estamos vendendo petróleo e comprando derivados. E quem é o nosso principal fornecedor de derivados, de diesel e gasolina? Os Estados Unidos. Então, essa política que tem que ser desalinhada, em nome de uma coisa maior, que é chamada soberania. Num país que não tem soberania, que fica na dependência do capital multinacional, dos preços internacionais, a democracia fica fragilizada."

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