Primeiras imagens do limiar do buraco negro na Via Láctea revelam algo inesperado

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Pela primeira vez, foram obtidas imagens de alta qualidade do buraco negro no centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Os cientistas que realizaram o estudo afirmam que nas imagens se observam emissões radiológicas, cujas características contradizem as teorias atuais.

De acordo com Ru-Sen Lu, o autor principal do estudo publicado na revista The Astrophysical Journal, "foi possível capturar as imagens com uma resolução nunca antes vista graças à incorporação do telescópio APEX no interferômetro Event Horizons Telescope".

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Desta forma, foi possível obter uma resolução que supera o tamanho do buraco negro em apenas três vezes. Isso permitiu ver a fonte de emissões de rádio perto dele, que resultou ser muito menor do que o esperado, comentou o pesquisador do Instituto de Radioastronomia de Bonn, na Alemanha.

Apesar da crença popular que os buracos negros consomem tudo, isso não é inteiramente verdade. Uma parte da matéria consumida pelos buracos negros é expulsa, criando os chamados "discos de acreção", que têm uma forma circular e rodeiam esses buracos negros.

Esses discos de acreção, por sua vez, são a fonte de emissões radiológicas e "jets" – ondas de plasma que se movem a velocidades próximas da luz. No entanto, as imagens mostraram que as ondas eletromagnéticas em redor do buraco negro têm uma estrutura assimétrica.

Esse fato contradiz a crença previa que todo o disco de acreção participou da formação de emissões radiológicas. De momento a resolução do interferômetro não permite determinar exatamente a forma da região ativa do disco, mas os cientistas assumem que tem forma de anel irregular no centro do qual se encontra o buraco negro.

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"A análise de novas observações, que desde 2017 incluem as do [observatório de micro-ondas] ALMA, nos aproximarão mais um passo da ilustração do buraco negro no centro da nossa galáxia", disse Sheperd Doeleman, outro cientista que participou da investigação.

O Interferômetro Event Horizons Telescope é, em essência, a rede de observatórios radiológicos mais potentes do mundo que estão todos unidos. É mil vezes mais sensível que o famoso telescópio Hubble.

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