'Regulamentar o Facebook': europeus ficam insatisfeitos após audiência com Zuckerberg

© REUTERS / Mariana BazoFacebook founder Mark Zuckerberg waves to the audience during a meeting of the APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation) Ceo Summit in Lima, Peru, November 19, 2016
Facebook founder Mark Zuckerberg waves to the audience during a meeting of the APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation) Ceo Summit in Lima, Peru, November 19, 2016 - Sputnik Brasil
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O testemunho do CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, diante do Parlamento europeu foi insuficiente, já que o fundador da rede social foi capaz de evitar perguntas desconfortáveis, destacaram vários membros do Parlamento.

A entrevista de uma hora de duração de Zuckerberg ocorreu nesta terça-feira. O formato da audiência permitiu que o CEO do Facebook apenas alguns minutos no final da sessão respondesse às perguntas. No entanto, ele prometeu fornecer respostas por escrito a todas as perguntas.

"O formato pré-cozinhado de hoje era inadequado e garantiu que Zuckerberg pudesse evitar as nossas perguntas. Confio que respostas escritas do Facebook estarão disponíveis. Se estas não forem respondidas com precisão, as autoridades de concorrência da União Europeia (UE) devem ser ativadas e a legislação aperfeiçoada" escreveu Guy Verhofstadt, presidente da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa (ALDE), em sua página no Twitter.

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Coordenador do Brexit, Verhofstadt expressou sua preocupação com a tentativa do Facebook de reprimir a disseminação de notícias falsas sobre a rede social, obrigando os funcionários da empresa a eliminar histórias falsas.

"Este admirável mundo novo do senhor Zuckerberg, no qual dezenas de milhares de funcionários do Facebook decidem o que é uma notícia falsa e o que não é, me assusta. Essa é uma tarefa pública para as autoridades públicas", continuou Verhofstadt.

Syed Kamall, co-presidente dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), disse que a audiência apenas enfatizou a falta de conhecimento sobre "as profundidades que os dados das pessoas foram abusados".

"Embora este seja outro passo importante para chamar a atenção para esta situação muito séria, infelizmente o formato foi um cartão livre da prisão e deu ao senhor Zuckerberg muito espaço para evitar as questões difíceis. Quando a equipe técnica do Facebook visita o comitê de liberdades civis ela deve ser organizada de forma a garantir que eles realmente tenham que abordar diretamente todas as nossas perguntas, por mais difíceis que sejam", declarou Kamall, de acordo com o comunicado de imprensa do grupo.

O co-presidente do ECR afirmou que ficou surpreso com a confirmação de Zuckerberg de que a rede social coletou os dados de usuários que não são do Facebook "por questões de segurança".

"Algumas pessoas podem perguntar: quem precisa da Interpol quando você tem Mark Zuckerberg?", Kamall concluiu.

Os membros do Parlamento Europeu tinham as perguntas certas, mas o formato permitia que Zuckerberg não os respondesse, disse Sven Giegold, membro do Grupo dos Verdes / Aliança Livre Europeia.

"O Congresso dos EUA tinha o formato correto de audiência, mas fez apenas perguntas moles a Zuckerberg. O Parlamento da UE tinha as perguntas certas, mas um formato flexível que permitiu a Zuckerberg evitar as respostas. A democracia pode fazer melhor! Agora é hora de regulamentar o Facebook!", comentou Giegold em seu Twitter.

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O Facebook tem enfrentado indignação generalizada após o escândalo do início deste ano, quando a saiu a notícia de que empresa de consultoria política Cambridge Analytica obteve uma grande quantidade de dados de usuários de redes sociais colhidas por um aplicativo de terceiros.

A maior rede social do mundo reconheceu no início de abril que teria compartilhado indevidamente com terceiros os dados de até 87 milhões de usuários, a maioria residentes nos EUA, mas também em outros países, incluindo cerca de 2,7 milhões na UE.

O especialista canadense Christoper Wylie, que havia descoberto o escândalo, disse em uma entrevista à NBC que o número poderia ser maior.

A Cambridge Analytica usou esses dados sem a permissão dos usuários para desenvolver um mecanismo capaz de prever e influenciar o comportamento dos eleitores, o que teria permitido manipular a opinião pública em favor do Brexit no Reino Unido e a candidatura de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA.

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