3 fatores que vão decidir hoje o resultado do voto na Venezuela

© REUTERS / Carlos Garcia RawlinsNicolás Maduro entrega seu voto nas presidenciais, em 20 de maio de 2018, em Caracas
Nicolás Maduro entrega seu voto nas presidenciais, em 20 de maio de 2018, em Caracas - Sputnik Brasil
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Nesta manhã (20), foram abertas as primeiras secções eleitorais na Venezuela. O cientista político de Caracas, Alejandro Fierro, falou com a Sputnik sobre os fatores que têm um papel crucial nas vésperas das eleições na Venezuela, nas quais se decide quem governará o país ao longo dos próximos seis anos.

"O clima aqui é de tranquilidade, dado que a campanha eleitoral foi bem mais fria e não teve nada a ver com as campanhas dos anos passados, com alta tensão ideológica e grande nível de polarização", disse Fierro, investigador do Centro Estratégico Latino-americano de Geopolítica (CELAG), à Sputnik Mundo.

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"Tanto Maduro [Nicolás Maduro], como Falcón [Henri Falcón] e Bertucci [Javier Bertucci], concentraram sua campanha em torno da crise econômica. Não se falou tanto de confrontação política, mas de como solucionar os problemas econômicos de forma mais pragmática", adiantou.

De acordo com o especialista, o maior "mistério" que será desvendado em 21 de maio será a configuração de forças no palco interno da Venezuela.

"Embora a pressão exterior tenha muita importância, o destino do país se decide de qualquer maneira dentro do país. Se Henri Falcón conseguir um resultado bom, mesmo com a vitória de Maduro, como indica a maioria das pesquisas, ele provavelmente poderá expulsar a oposição tradicional e criar uma nova alternativa ao chavismo", opinou.

Fierro frisou que, segundo as enquetes, 85% dos venezuelanos não querem que os acontecimentos trágicos de 2014 e 2017 se repitam.

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"Eles acham que as divergências devem ser resolvidas através do diálogo e eleições e não através dos protestos de rua. A imagem de compatriotas se queimando uns aos outros ficou gravada na memória dos venezuelanos", explicou o analista.

Em seguida, Fierro enumerou os três principais fatores que influem nestas eleições.

"Primeiro, é o apelo da oposição tradicional à abstenção; segundo, é o problema dos emigrantes, pois centenas de milhares dos venezuelanos emigraram devido aos problemas econômicos; e, em terceiro, a desilusão com os políticos em geral", argumentou.

Ao concluir, ele abordou o problema do comparecimento às urnas, evidentemente em relação ao apelo da oposição para não votar.

"Juan Manuel Santos foi eleito presidente da Colômbia com uma taxa de comparecimento de 47% no segundo turno, e ninguém duvida de sua legitimidade. O prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio, foi eleito com taxa de comparecimento de 24%. Caso ao menos 50-60% dos venezuelanos votem, já será muito difícil não reconhecer essas eleições como legítimas", observou.

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