Merkel é a culpada pela ascensão de 'neonazistas', critica famoso estilista

© REUTERS / Matthias SchumannMilitantes do partido alemão Alternativa para Alemanha (AfD) protestam contra a chanceler Angela Merkel em Annaberg-Buchholz
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Nascido em Hamburgo, o estilista Karl Lagerfeld disse que pode abdicar da sua cidadania alemã, afirmando que "odeia" a chanceler Angela Merkel por abrir o caminho para o ressurgimento do neonazismo com sua política de imigrantes.

Lagerfeld, diretor de criação de longa data da Chanel e muitas vezes tido como o imperador da moda, deu um novo golpe em Merkel sobre sua polêmica política migratória que permitiu o afluxo de refugiados ao país de uma escala nunca vista desde o final da Segunda Guerra Mundial.

"Será que ela realmente precisava dizer que era necessário receber um milhão de migrantes numa época em que a França, que se considera a terra dos direitos humanos, prometeu receber 30 mil?", questionou Lagerfeld, que mora em Paris há décadas, citado pelo semanário francês Le Point na quinta-feira.

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No período que antecedeu a eleição parlamentar de setembro do ano passado, que viu a ala direita anti-imigração Alternativa para Alemanha (AfD) entrar no Bundestag pela primeira vez, Merkel disse que apoiava sua decisão de permitir que centenas de milhares de refugiados entrar na Alemanha no auge da crise dos migrantes europeus, em 2015.

"Ainda acho que minha decisão estava certa", declarou Merkel semanas antes da votação crucial que resultou no pior desempenho de seu bloco conservador da CDU-CSU desde 1949.

Apontando a culpa diretamente em Merkel pelo sucesso retumbante da AfD, que obteve 92 assentos na legislatura alemã, Lagerfeld argumentou que Merkel "com uma frase" reforçou o perfil do partido "alienando dois milhões de eleitores e enviando 100 neonazistas Parlamento".

O designer, que nunca escondeu seu ressentimento pela AfD, indicou que poderia desistir de seu passaporte alemão se a situação não mudasse.

"Se isso continuar, abandonarei a cidadania alemã. Não quero fazer parte desse clube neonazista", ameaçou, acrescentando que, embora ele goste do primeiro casal francês, o presidente Emmanuel Macron e sua esposa Brigitte, não significa que ele buscará a cidadania francesa.

"Não gosto de nações, sou cosmopolita", continuou Lagerfeld.

Focando-se pessoalmente em Merkel – que nasceu em Hamburgo, filha de um pastor luterano, e depois se mudou para a Alemanha Oriental –, Lagerfeld argumentou que a história da "filha do pastor" a impede de aceitar "o mal que a Alemanha sofreu depois de 1933".

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"Devemos lembrar o passado que temos na Alemanha. Eu odeio a senhora Merkel por ter esquecido", emendou o designer.

Em novembro passado, Lagerfeld provocou controvérsia quando disse que Merkel trocou milhões de vítimas do Holocausto pelos seus "piores inimigos", referindo-se principalmente a imigrantes muçulmanos de origem árabe e norte-africana que inundaram a Alemanha.

"Merkel já tinha milhões e milhões [de imigrantes] que estão bem integrados e que trabalham e tudo está bem […] ela não precisava de outro milhão para melhorar sua imagem de madrasta má depois da crise grega", opinou ele à época.

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