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CIA: Geisel autorizou execuções durante ditadura

© AP PhotoEsta foto de arquivo mostra um encontro entre o presidente dos EUA, Jimmy Carter, e o presidente do Brasil, Ernesto Geisel, durante uma recepção em 29 de março de 1978
Esta foto de arquivo mostra um encontro entre o presidente dos EUA, Jimmy Carter, e o presidente do Brasil, Ernesto Geisel, durante uma recepção em 29 de março de 1978 - Sputnik Brasil
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Segundo memorando secreto da CIA, tornado público pelo Departamento de Estado dos EUA, o general Ernesto Geisel, presidente do Brasil entre 1974 e 1979, autorizou a política de execuções contra os que se opunham à Ditadura Militar.

O memorando de 11 de abril de 1974, assinado pelo então diretor da CIA Willian Colby e endereçado ao secretário de Estado Henry Kissinger, afirma que Geisel orientou o então chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), João Figueiredo (também presidente entre 1979 e 1985), que as execuções deveriam continuar, informou Agência Brasil.

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Geisel e Figueiredo concordaram que o chefe do Centro de Inteligência do Exército deveria consultar o general Figueiredo para executar "subversivos perigosos". De acordo com o memorando, Figueiredo defendeu a continuidade das execuções e Geisel pediu para refletir sobre o assunto no final de semana, antes de tomar uma decisão.

O documento foi publicado em dezembro de 2015, mas foi amplamente divulgado nas redes sociais nesta quinta-feira pelo professor Matias Spektor, coordenador do Centro de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV). No Facebook, Spektor escreveu: "este é o documento mais perturbador que já li em 20 anos de pesquisa: Recém-empossado, Geisel autoriza a continuação da política de assassinatos do regime, mas exige ao Centro de Informações do Exército a autorização prévia do próprio Palácio do Planalto".

Segundo o documento, o general Milton Tavares de Souza, da CIE, afirmou, na reunião com Geisel, que cerca de 104 pessoas que entraram na categoria de subversivos foram sumariamente executadas pela organização no ano anterior. Os militares acertaram também que o CIE deveria dedicar quase todos os esforços ao combate da “subversão interna”.

Segundo Spektor, esta “é a evidência mais direta do envolvimento da cúpula do regime (Médici, Geisel e Figueiredo) com a política de assassinatos”.

O memorando de número 99 faz parte de uma série intitulada Foreign Relations of the United States (Relações Exteriores dos Estados Unidos) e documenta a história das relações dos Estados Unidos com a América do Sul entre 1973 e 1976. O documento original está arquivado no escritório do diretor da CIA em Washington. A transcrição está disponível online em um site do governo federal norte-americano.

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