'Acordo nuclear está morto': qual a chance de EUA visarem mudança do governo iraniano?

© AP Photo / Ebrahim NorooziIraniana coberta passa por muro que retrata o revolucionário aiatolá Khomeini e a bandeira iraniana nacional, pintada na parede da antiga embaixada dos EUA, em Teerã, Irã
Iraniana coberta passa por muro que retrata o revolucionário aiatolá Khomeini e a bandeira iraniana nacional, pintada na parede da antiga embaixada dos EUA, em Teerã, Irã - Sputnik Brasil
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Donald Trump anunciou a retirada dos EUA do acordo nuclear de 2015, assinado entre o Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, junto com a Alemanha. O presidente do American Iranian Council (AIC), Hooshang Amirahmadi, concedeu entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik para dar mais informações sobre o assunto.

Há preocupações de que a decisão dos EUA possa criar uma barreira entre seus tradicionais aliados europeus, particularmente devido aos receios de que as sanções norte-americanas possam ter um impacto sobre as empresas europeias que fazem negócios com o Irã. Perguntado sobre quais seriam as consequências e que opções tem a Europa para combatê-las, Amirahmadi respondeu que após a saída dos EUA, "o acordo nuclear está morto".

"Depois da saída dos EUA, [acordo] está morto agora. E os europeus, mesmo quando os norte-americanos estavam decidindo se cumpririam suas obrigações, ao menos não por completo, sem os Estados Unidos eu não acredito que os europeus estejam preparados para trabalhar com o Irã."

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"Eu acredito que eles vão gradualmente se retirar do Irã e aguardar o próximo passo entre EUA e Irã. Essa é a minha opinião, na verdade, no anúncio que o presidente da França, o chanceler da Alemanha e o primeiro-ministro da Inglaterra emitiram ontem (9), reiteraram que a Europa quer ficar, mas com condições próprias. Portanto, estas condições mataram o JCPOA em primeiro lugar", comentou Amirahmadi.

As preocupações agora estão focadas em como a decisão de Trump poderia afetar segurança no Oriente Médio. De acordo com o analista entrevistado, Irã não seria capaz de atacar Israel por não ser um país suicida. No entanto, na noite passada, ambos os países trocaram ataques, agravando, assim, a situação na região.

Amirahmadi afirma que com certeza acredita nas suposições de que o presidente Trump, o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, estão tentando mudar governo de Teerã. E que de fato a mudança começou assim que Trump deixou o JCPOA.

O especialista conclui dizendo que "acredita que os EUA estão fartos do governo iraniano e, infelizmente, Netanyahu tem uma tremenda influência sobre Trump e agora ele está ditando as leis […] acredito que a governança em Washington apoia mudança do governo de Teerã".

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