Parlamentares britânicos demandam que May conceda status legal a migrantes após escândalo

© AFP 2023 / Tolga AkmenA primeira-ministra britânica Theresa May deixa a 10 Downing Street, no centro de Londres, em 18 de abril de 2018, enquanto se dirige à sessão semanal do Primeiro-Ministro na Câmara dos Comuns.
A primeira-ministra britânica Theresa May deixa a 10 Downing Street, no centro de Londres, em 18 de abril de 2018, enquanto se dirige à sessão semanal do Primeiro-Ministro na Câmara dos Comuns. - Sputnik Brasil
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O governo do Reino Unido, principalmente o Ministério do Interior e a primeira-ministra Theresa May, enfrentam um escândalo após deportar e negar serviços básicos a imigrantes caribenhos que se mudaram há décadas para o Reino Unido e ajudaram na reconstrução do país pós-guerra.

Os membros trabalhistas do Parlamento mantêm posição dura sobre o assunto, sugerindo que o governo consagre seus votos em lei "sem demora". Mais de 200 parlamentares, principalmente da oposição, escreveram à primeira-ministra pedindo a mudança, informou a mídia britânica.

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Separadamente, eles acusaram a ministra do Interior, Amber Rudd, de lidar com a questão com descuido, criando a política de imigração "a toque de caixa" em uma tentativa de superar o escândalo o mais rápido possível.

Escândalo Windrush

A chamada Geração Windrush migrou de países caribenhos (sobretudo da Jamaica e de Trindade e Tobago), pertencentes ao Commonwealth entre 1948 e 1971 para suprir a demanda de trabalho no Reino Unido pós-guerra. Residentes da ilha há pelo menos quatro décadas, parte deste grupo (que atualmente é de 500 mil pessoas de acordo com o Observatório de Migração da Universidade de Oxford) têm sofrido com mudanças nas regras de imigração desde 2012.

Apesar de viverem, trabalharem e pagarem impostos há vários anos, o governo tem exigido "provas" de cidadania, como passaportes, para continuar trabalhando ou recebendo tratamento do NHS (o serviço público de saúde britânico). A burocracia afeta principalmente quem se mudou para o Reino Unido ainda criança, já que a maioria viajava com os passaportes de seus pais e não solicitavam documentos de viagem enquanto estavam no Reino Unido.

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A escalada atingiu seu clímax na semana passada, logo após a cúpula da Commonwealth, quando se soube que migrantes da região do Caribe pertencentes à Geração Windrush estavam sendo obrigados a provar seu direito de continuar vivendo na Grã-Bretanha.

Uma série de erros levou à classificação destas pessoas e de seus descendentes como "imigrantes ilegais", o que ocasionou a perda de direitos básicos, além de ameaças de deportação e demissão. Na última quinta (26), a primeira-ministra Theresa May, que anteriormente era ministra do Interior, pediu desculpas à comunidade através de uma carta publicana no jornal “The Voice”.

“Desiludimos vocês e lamento profundamente. Mas desculpas apenas não bastam. Precisamos corrigir com urgência esse erro histórico”.

Promessas

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Autoridades britânicas prometeram que a Geração Windrush receberia gratuitamente a cidadania britânica e indenizações, incluindo aqueles que se aposentaram e retornaram aos países de origem, depois de contribuírem para a reconstrução da Grã-Bretanha do pós-guerra entre 1948 e 1973.

O mesmo privilégio seria concedido para qualquer pessoa de outros estado-membros da Commonwealth que residissem no Reino Unido durante o período mencionado.

"Outra repugnante reportagem de deportações dos #Windrush com um vôo secreto de remoção [realizado pelo] Ministério do Interior na semana que vem. Quase inacreditavelmente há avós encarceradas em #Yarlswood. As desculpas de Theresa May não significam nada #MayDeveSair", diz o tweet.

Amber Rudd sob críticas

A ministra britânica do Interior, Amber Rudd, já enfrentou uma série de pedidos de renúncia por causa do ineficiente tratamento aos Windrush. Os clamores tomaram corpo após apelos do prefeito de Londres, Sadiq Khan, da ministra do Sindicato dos Trabalhadores, Diane Abbott, e do líder do partido, Jeremy Corbyn.

Ela refutou que renunciaria. Na segunda-feira, Amber deve prestar esclarecimentos ao Parlamento por alegadamente ter feito comentários contraditórios quanto a "alvos" do governo para remoção de imigrantes, algo que ela diz "pessoalmente desconhecer" mas que não nega ser verdade. Um documento interno veio à tona no início desta semana, afirmando que o Departamento definiu “uma meta de alcançar 12.800 retornos forçados em 2017-18”, segundo o The Guardian.

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