Em reunião marcada por grande deferência, Temer agradeceu ao presidente do Chile por incluir o Brasil em seu roteiro de viagem oficial, lembrando que os dois países possuem uma parceria histórica. Segundo ele, encontros como esse contribuem ainda mais para aumentar o interesse dos investidores brasileiros pelo país vizinho.
Ainda de acordo com Michel Temer, a amizade entre brasileiros e chilenos fundamenta-se em valores e interesses compartilhados, como democracia, direitos humanos, crescimento com geração de empregos e integração latino-americana. No plano econômico, segundo ele, tanto Brasília como Santiago buscam estimular o crescimento do comércio e dos investimentos mútuos, tal como evidenciado nos acordos assinados nesta sexta-feira, sobre compras públicas e serviços financeiros.
"Por isso acolhemos a proposta do presidente Piñera de negociar um novo e ambicioso acordo de livre comércio. Não se trata mais de eliminar barreiras tarifárias. Já estamos em outro patamar. Agora, nosso objetivo é superar barreiras regulatórias às trocas entre o Brasil e o Chile", disse ele, acrescentando que temas como defesa, tecnologia, integração regional, Venezuela e cooperação na Antártica também foram discutidos.
Por fim, o presidente Temer aproveitou a ocasião para elogiar o histórico encontro entre os líderes da Coreia do Sul e da Coreia do Norte, expressando o desejo de que isso simbolize o "início de uma etapa que levará ao estabelecimento definitivo da paz na península coreana".
Pela primeira vez estamos recebendo o presidente do #Chile, @sebastianpinera. Agradeço essa deferência, de incluir o Brasil como destino para uma visita oficial. Brasil e Chile são parceiros históricos. pic.twitter.com/uDTEQJ49Lm
— Michel Temer (@MichelTemer) 27 de abril de 2018
Sebastián Piñera, por sua vez, agradeceu pelo carinho e pela dedicação com que foi recebido na capital brasileira, como tem sido na história das relações entre Brasil e Chile, marcada por uma "amizade sem fronteiras". De acordo com ele, o Brasil é o principal sócio comercial do Chile hoje na América do Sul, enquanto o Chile é o segundo sócio mais importante do Brasil na região. E esse comércio, já robusto, segue crescendo "com muita força".
Voltando ao tema do livre comércio, o presidente chileno afirmou que um acordo nesse sentido deverá ser discutido com certa urgência, ao lado da convergência entre Aliança do Pacífico e Mercosul.
Os acordos assinados hoje, segundo o Planalto, servirão para impulsionar as relações comerciais e os investimentos em instituições financeiras entre Brasil e Chile. No primeiro deles, o de contratação pública entre as nações, "os chefes de Estado reconhecem o papel da integração econômica regional por meio do livre comércio e da promoção do desenvolvimento sustentável entre os países", definindo uma norma em comum para o comércio bilateral, "como forma de promover o crescimento econômico e aumentar a competitividade entre as empresas". Já o outro acordo de cooperação "estabelece protocolo de investimentos em instituições financeiras para estimular os investimentos recíprocos entre os países, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento social e econômico por meio de transações benéficas para ambos".