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Justiça aceita queixa-crime contra desembargadora que caluniou Marielle Franco

© Foto / Reprodução / FacebookDesembargadora Marília Castro Neves, do TJ-RJ
Desembargadora Marília Castro Neves, do TJ-RJ - Sputnik Brasil
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A ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), aceitou nesta semana uma queixa-crime contra a desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), por defender o fuzilamento do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ).

A decisão, divulgada nesta quarta-feira pelo jornal O Globo, atende a um pedido do PSOL e do próprio parlamentar, logo após a mesma desembargadora divulgar mentiras sobre a vereadora Marielle Franco, que foi assassinada há quase 40 dias no Rio de Janeiro.

"A desembargadora Marília Castro Neves, a mesma que usou sua rede social para divulgar mentiras criminosas contra nossa companheira Marielle Franco, assassinada a sangue frio na última quarta-feira, defendeu que eu fosse fuzilado num 'paredão profilático'. Isso mesmo: uma desembargadora propôs publicamente a minha morte!", escreveu Wyllys à época.

Em um post contrário ao deputado do PSOL, em 29 de dezembro de 2015, a desembargadora do TJ-RJ se disse favorável ao assassinato de Wyllys.

"Eu, particularmente, sou a favor de um paredão profilático para determinados entes… O Jean Willis (sic), por exemplo, embora não valha a bala que o mate e o pano que limpe a lambança, não escaparia do paredão…", comentou Marília Castro Neves.

A desembargadora do TJ-RJ tem 15 dias para se defender no caso. Sobre o mesmo tema, há ainda uma investigação conduzida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que pode gerar punições no âmbito do Judiciário.

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Marília Castro Neves ficou nacionalmente conhecida após espalhar mentiras sobre Marielle Franco em redes sociais, dizendo que a vereadora assassinada em um caso ainda não resolvido estaria "engajada com bandidos" e teria sido eleita "pelo Comando Vermelho". Por isso, a parlamentar teria sido morta "por seu comportamento, ditado por seu engajamento político".

"Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro", concluiu na ocasião.

Sobre esse caso, a desembargadora admitiu apenas que se precipitou e que deveria aguardar o fim das investigações. "A conduta mais ponderada seria a de esperar o término das investigações, para então, ainda na condição de cidadã, opinar ou não sobre o tema. Reitero minha confiança nas instituições policiais, esperando, como cidadã, que este bárbaro crime seja desvendado o mais rápido possível", divulgou, em nota.

Essas não foram as únicas polêmicas opiniões postadas pela desembargadora do Rio. Conforme mostrou reportagem do El País Brasil, ela já havia chamado Zumbi dos Palmares de "mito inventado", criticou a Lei Maria da Penha – aprovada para enfrentar a violência contra a mulher no país – e ironizou pessoas com Síndrome de Down.

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