Oficialmente, este projeto é considerado o último estudo em larga escala desse tipo nos EUA. No total, os experimentos destinados a desenvolver métodos eficazes de influência sobre a mente humana duraram mais de 20 anos.
A herança da Alemanha nazista
A operação Paperclip foi o preâmbulo dos grandes experimentos científicos americanos no âmbito do controle da mente. Na época, os EUA tentaram recrutar cientistas do Terceiro Reich para desenvolver armas nucleares e de outro tipo.
Os norte-americanos reconheciam o potencial da pesquisa multidisciplinar conduzida pelas autoridades alemãs. Assim, imediatamente após o fim das hostilidades na Europa, os serviços de inteligência dos Estados Unidos transportaram ilegalmente mais de 1.700 psicólogos, psiquiatras, físicos e biólogos da antiga Alemanha nazista através do oceano, falsificando suas biografias.
O programa de controle mental Blue Bird foi realizado entre 1951 e 1953 e usou as informações sobre técnicas de tortura e métodos de interrogatório implementados pelos nazistas.
Os especialistas procuraram métodos para subordinar a mente de uma pessoa a ponto de executar qualquer ordem contra sua vontade, esquecendo até mesmo o instinto de autopreservação.
Para começar, as pessoas foram privadas de sono, comida e calor por um longo tempo. Na segunda etapa, quando o sujeito já tinha pouco controle sobre suas ações, ele recebia substâncias narcóticas, o que aumentava sua sugestionabilidade.
Deste modo, estas pessoas foram forçadas a realizar certas ações com a ajuda da hipnose. Depois disso, o sujeito experimentava amnésia dissociativa.
Finalmente, na quinta etapa, um sinal especialmente projetado era enviado para que realizasse todas as ações programadas.
Artichoke e MK Ultra Monarch
No início dos anos 1950, o professor Richard Wendt, presidente do Departamento de Psicologia da Universidade de Rochester, informou às autoridades que ele havia desenvolvido o "soro da verdade", com o qual poderia ser extraída qualquer informação de qualquer pessoa.
Seus principais componentes eram um tranquilizante (Secobarbital) e um psicoestimulante do grupo das anfetaminas (Dexedrina).
As experiências com o soro não funcionaram, mas a perspectiva de criar um meio de controle da mente era muito tentadora para os americanos. Então, Dulles começou a desenvolver o projeto MK Ultra Monarch.
Ao longo do processo, que durou de abril de 1953 até o final dos anos 1960, agentes químicos foram desenvolvidos e testados para influenciar a mente humana.
Os sujeitos dos experimentos eram pacientes do Instituto com vários distúrbios neuróticos e de ansiedade que nunca conheceram o verdadeiro objetivo dos experimentos. Os cientistas esperavam desenvolver um método para apagar a memória e reformatar completamente a personalidade.
No entanto, após a morte de um dos pacientes do Instituto, o Congresso dos EUA se interessou pela atividade da clínica. Em 1973, a CIA destruiu os principais relatórios do MK Ultra Monarch, então a investigação se encontrou em um beco sem saída. É considerado o último projeto da CIA para o controle da consciência, pelo menos oficialmente.
Hoje em dia
"Os Estados Unidos desenvolveram um sistema completo de métodos para influenciar as pessoas e pesquisas desse tipo estão florescendo e são muito bem financiadas. Elas são principalmente dedicadas às mudanças no comportamento humano e, em particular, há experiências muito interessantes que visam forçar o consentimento de uma pessoa a uma certa ideia. A pessoa não percebe que foi forçada e, como resultado, começa a agir a favor de uma ideia que anteriormente rejeitava", comentou ao RT Aleksandr Neveev, doutor em Psicologia e especialista em cultos religiosos.