É desvendado grave paradoxo espacial que pode inviabilizar vida extraterrestre

© Foto / Pixabay / flflflflflRepresentação artística de um exoplaneta
Representação artística de um exoplaneta - Sputnik Brasil
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O espaço alberga um grande número de exoplanetas que se parecem com a nossa Terra, mas os cientistas têm dificuldade em encontrar lá vida alienígena. Entretanto, recentemente os astrônomos descobriram uma nova ameaça que pode pôr em risco a existência de extraterrestres.

Quase todos os planetas semelhantes à Terra que orbitam em torno de anãs vermelhas deveriam ser inabitáveis por causa da radiação frequentemente emitida por suas estrelas, que destruiriam a camada de ozônio destes mundos extraterrestres, disse Eike Guenther, especialista do laboratório alemão Karl Schwarzschild de Tautenburg, no âmbito da Semana Europeia de Astronomia e Ciências Espaciais (EWASS 2018) no Reino Unido.

"Hoje em dia, os astrônomos de todo o mundo focam suas pesquisas em 'primos' e 'sósias' do nosso planeta na expetativa de responder à questão eterna se estamos sós no Universo. As emissões esporádicas de raios X que, de acordo com o nosso estudo, se produzem frequentemente nas anãs vermelhas, fazem dos planetas vizinhos um lugar pouco propício à vida", explicou.

Nos últimos dois anos, os pesquisadores descobriram numerosos planetas que poderiam reivindicar o título de "irmãos" ou de "primos" da Terra. A primeira orbita em torno da Próxima do Centauro, a estela mais próxima do nosso Sistema Solar, bem como outras três se encontram dentro do sistema estelar TRAPPIST-1, situado a cerca de 40 anos-luz do Sol, na constelação do Aguadeiro.

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Todos esses planetas são do tamanho da Terra e evoluem em uma "zona habitável" de sua estrela, onde a água pode existir no estado líquido. Eles orbitam em torno de anãs vermelhas, o que, por sua vez, tem vantagens e desvantagens.

A duração de vida das anãs vermelhas é muito longa, o que dá tempo para o aparecimento da vida. Mas algumas dessas estrelas têm um caráter muito "agitado" no começo de sua existência, emitindo radiação e partículas.

De acordo com Guenther, já há muito tempo que muitos astrônomos presumem que atividade acrescida das estrelas pode afetar negativamente o aparecimento e evolução da vida nos exoplanetas.

As ejeções de massa coronal (CME) podem privar um planeta potencialmente habitável de seu escudo magnético, o que o tornaria vulnerável ao "bombardeio" de raios cósmicos. Além disso, as poderosas emissões de raios X irão gradualmente destruir sua atmosfera e privá-la de oxigênio.

Os astrônomos alemães descobriram indícios que confirmaram suas hipóteses enquanto estudavam as consequências de uma erupção gigante na superfície da anã vermelha Gliese 388 (GJ 388 ou AD Leonis), localizada a cerca de 16 anos-luz do Sol, na constelação do Leão.

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Em fevereiro de 2018, os cientistas descobriram um planeta relativamente grande que orbita em torno da Gliese 388, fazendo uma rotação em apenas três dias.

Seguidamente foi descoberto que a erupção registrada na Gliese 388 não resultou em ejeção de massa coronal, o que mostra que os campos magnéticos dos exoplanetas não estão ameaçados. Entretanto, isso gerou uma emissão significativa de raios X que representa uma ameaça real, de acordo com o estudo. Essas radiações poderiam destruir a camada de ozônio em um planeta semelhante à Terra e privá-lo de defesa contra a radiação ultravioleta por ao menos dois anos.

De acordo com Guenther, isso faz com que os planetas que evoluem perto de anãs vermelhas sejam pouco propícios à vida. Desse modo, se ele estiver certo, falar sobre "Terra 2.0" é prematuro.

Por outro lado, vale assinalar que, na opinião de alguns pesquisadores, a vida pode existir até nos planetas próximos aos chamados pulsares que emitem constantemente raios X. Assim, se a massa do exoplaneta for várias vezes maior que a da Terra, enquanto sua atmosfera for várias vezes mais densa, a radiação não pode alcançar sua superfície, o que faz pensar no possível aparecimento de condições propícias à vida.

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