Intérprete de Kadhafi: 3 países ofereceram asilo ao coronel líbio

© AFP 2023 / PATRICK HERTZOGAntigo líder líbio Muammar Kadhafi
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O intérprete oficial do ex-líder da Líbia, Muammar Kadhafi, o diplomata Meftah Abdallah Missuri, disse em entrevista à Sputnik Árabe que Nicolas Sarkozy não foi o único que se aproveitou do dinheiro do coronel.

"África do Sul, Venezuela e Bielorrússia convidaram Kadhafi, mas ele não quis abandonar o país", revela, comentando o início das agitações populares na Líbia.

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Ajudou a outros países do terceiro mundo, da Ásia até América Latina. Também a todos os que sofreram desastres naturais, fome e invasão de gafanhotos, assinala Missuri. "Enviamos medicamentos e aviões. Se um presidente pedia ajuda, recebia em média de meio milhão [mais de um milhão de reais] a cinco milhões de dinares [12,5 milhões de reais]", explica. Hosni Mubarak, líder do Egito entre 1981 e 2011, e Zine El Abidine Ben Ali, presidente tunisiano entre 1987 e 2011, se aproximaram supostamente de Kadhafi em busca de ajuda financeira.

Missuri assegura também que o próprio Kadhafi lhe disse pessoalmente que tinha financiado a campanha eleitoral de Nicolas Sarkozy. "Mais tarde, um jornalista português lhe perguntou que quantidade tinha entregado e ele respondeu que 20 milhões de euros [81 milhões de reais]", assegura. Depois, o líder líbio repetiu essa quantidade pela televisão em várias ocasiões.

O seu filho, Saif al-Islam, e Ziad Takieddine, agora um dos acusadores de Sarkozy no escândalo do financiamento ilegal, entregaram ao ex-presidente francês malas cheias de dinheiro, frisou.

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Quando começaram as dificuldades para o líder líbio, nem o presidente egípcio, nem o chefe de Estado tunisiano podiam oferecer a sua ajuda a Muammar Kadhafi: ambos já tinham perdido o poder. No entanto, os países africanos tentaram acalmar os distúrbios populares que começaram na Líbia em 17 de fevereiro de 2011, mas fracassaram, explica o intérprete à Spútnik Árabe.

Missuri não sabe onde pode ter ido parar todo o dinheiro do ex-líder líbio e conta que todos os seus imóveis estavam registrados como doações religiosas. Não se sabe se deixou dinheiro aos seus filhos. "Quando falam dos seus ativos congelados, se trata dos ativos do Estado líbio", ressalta e sublinha que não sabe se há contas em nome dos seus filhos.

Em 20 de março, Sarkozy foi detido na França por suposto financiamento ilegal da sua vitoriosa campanha eleitoral em 2007.

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