Moscou: EUA 'muito provavelmente' planejaram expulsar diplomatas russos de antemão

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Embaixada da Rússia nos EUA em Washington (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Os EUA e o Reino Unido "muito provavelmente" planejaram com antecedência a expulsão de diplomatas russos, ao usarem o envenenamento do ex-expião russo, Sergei Skripal, como pretexto, afirmou o embaixador russo nos EUA, Anatoly Antonov.

"A escala dos prejuízos e as preparações informacionais antecedentes assinalam que isso [expulsão] teria sido planejado com antecedência, mas adiantado até surgir motivo adequado. A falta de quaisquer fatos, que poderiam comprovar as acusações de Washington e de Londres, somente faz suspeitar existência de coordenação estreita e planejamento conjunto dos acontecimentos", escreveu Antonov no Facebook.

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De acordo com Antonov, a explicação das autoridades norte-americanas em relação ao fechamento dos consulados russos em Seattle demonstra que o caso Skripal serviu somente como pretexto para expulsar diplomatas russos. 

Além disso, Washington demonstrou "surdez emocional" por ter anunciado a expulsão justamente quando a Rússia está em luto pelas vítimas do incêndio em um shopping na cidade siberiana de Kemerovo, assinalou Antonov.

"Hoje, no dia em que aconteceu a tragédia em Kemerovo, estamos percebendo a surdez emocional, indiferença e insensibilidade de Washington. Eles resolveram justamente tornar mais doloroso para nós. Então, podem ficar felizes. Enquanto isso, os norte-americanos ordinais compartilham nossa dor e estão enviando condolências. Obrigado, amigos", disse o embaixador, acrescentando que, cedo ou tarde, a verdade virá à tona.

"A verdade virá à tona. Não nos permitiremos ser atingidos por um colapso emocional. Haverá resposta", prometeu Antonov.

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De acordo com o diplomata, os EUA e o Reino Unido estão tentando usar a alegada ameaça russa para desviar atenção pública de seus problemas internos.

"Nossos oponentes não gostam de uma Rússia forte e potente, cujas capacidades foram demonstradas recentemente", frisou o diplomata.

Além disso, o embaixador russo destacou que os EUA expulsaram diplomatas russos responsáveis por áreas de cooperação mutualmente favoráveis, e que estas ações não podem ser justificadas. 

"As pessoas responsáveis por poucas áreas de cooperação mutualmente favorável – espaço, ciência, comércio, destino de prisioneiros e pessoas desaparecidas – foram expulsas. A restauração das relações e a busca de pontos comuns foram afastadas para trás." 

Além do mais, o embaixador assinalou que as ações dos EUA somente contribuíram para o crescimento das tensões entre os dois países.

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"As palavras sobre prontidão para interagir acabaram divergindo com a realidade. Contrariamente a todas as promessas, a linha da administração anterior continua", frisou Antonov.

O representante da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, compartilha opinião semelhante ao seu colega, qualificando como "estranhas" as intenções dos EUA de colaborar com a Rússia mesmo tendo expulsado diplomatas russos. 

Nebenzya ressaltou que o embaixador dos EUA na Rússia, Jon Huntsman, "articulou palavras rituais que ouvimos com frequência dos norte-americanos sobre que eles esperam continuar colaborando com a Rússia".

"Ao menos, trata-se de um convite estranho para colaboração trás as ações por parte dos EUA", afirmou Nebenzya aos jornalistas.

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Anteriormente, 16 países da União Europeia, junto com os EUA, Canadá, Noruega, Ucrânia e outros, resolveram expulsar diplomatas russos se apoiando no incidente na cidade inglesa de Salisbury. Em particular, os EUA anunciaram a expulsão de 48 diplomatas russos e de 12 funcionários da Missão da Rússia na ONU, bem como o fechamento do Consulado Geral da Federação da Rússia em Seattle.

No dia 4 de março, o ex-oficial de inteligência russo Skripal, que também trabalhava para a inteligência britânica, foi encontrado inconsciente junto com sua filha em um banco de um shopping na cidade de Salisbury.

Especialistas britânicos acreditam que eles tenham sido atacados com o agente nervoso A-234 (também conhecido como "Novichok"). Os britânicos alegam que esta substância tóxica teria sido desenvolvida na União Soviética e colocam a culpa do ocorrido na Rússia. Moscou repetidamente rejeitou todas as acusações, qualificando-as infundadas. 

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