Cético, novo assessor de Trump sugere que Coreia do Norte quer 'enrolar' os EUA

© REUTERS / Joshua Roberts/FileFormer U.S. Ambassador to the United Nations John Bolton speaks at the Conservative Political Action Conference (CPAC) in Oxon Hill, Maryland, U.S. (File)
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Indicado como novo assessor de segurança pelo presidente norte-americano Donald Trump, John Bolton se mostrou mais uma vez bastante cético quanto ao real interesse da Coreia do Norte em negociar com os Estados Unidos.

Em entrevista ao programa de rádio Cats Roundtable, Bolton sugeriu que Pyongyang esteja apenas querendo “enrolar” os EUA, apenas para ganhar tempo e seguir desenvolvendo as suas armas nucleares.

"Acho que temos que ver com qual motivação a Coreia do Norte está aqui. Acho que eles estão muito preocupados que eles tenham um presidente diferente na Casa Branca do que Barack Obama. Eles estão preocupados com a pressão que o presidente já colocou", afirmou.

Nome importante que apoiou a invasão do Iraque em 2003 e defensor de ataques preventivos contra a Coreia do Norte e o Irã, Bolton destacou que é importante que o encontro entre Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un ocorra o mais rápido possível.

"Acho que quanto mais cedo tivermos a reunião e tivermos uma discussão muito direta – 'será que a Coreia do Norte vai desistir de suas armas nucleares? Como vamos fazê-lo? Como vamos tirá-las do país?', não é uma discussão teórica sobre essas questões, mas muito concretamente, como eles vão desnuclearizar a Coréia do Norte – quanto mais cedo chegarmos a ela, melhor", ponderou.

Ex-embaixador dos EUA na ONU, Bolton foi escolhido por Trump na semana passada, para substituir o general H.R. McMaster. A decisão aconteceu pouco depois do presidente trocar o secretário de Estado Rex Tillerson pelo então diretor da CIA, Mike Pompeo.

Para analistas, as alterações colocam assessores com um perfil mais duro e mais alinhado com Trump em posições-chave, pouco depois do presidente dos EUA aceitar o encontro com Kim, possivelmente previsto para acontecer em maio deste ano, em local a ser determinado.

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Na opinião de Bolton, uma demora em realizar a reunião seria "simplesmente jogar no manual norte-coreano", já que ganhar tempo é algo que "eles fizeram consistentemente nos últimos 25 anos". Além disso, Pyongyang estaria muito perto de conseguir atacar os EUA.

"Eles têm um número bastante limitado de coisas que precisam fazer na Coreia do Norte para tornar suas ogivas nucleares realmente entregáveis em alvos nos Estados Unidos. Então eles querem tentar desacelerar as negociações para comprar mais tempo", avaliou.

O novo assessor de segurança de Trump assume oficialmente o posto em 9 de abril. Além da Coreia do Norte, o destino do acordo nuclear com o Irã também deverá estar na pauta de Bolton no mês em que a Casa Branca precisa tomar uma posição sobre o tema.

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