Mundo reage contra guerra comercial de Donald Trump

© REUTERS / WOLFGANG RATTAYO presidente dos EUA, Donald Trump, gesticula durante uma sessão no âmbito da cúpula do grupo G20, em 8 de julho de 2017
O presidente dos EUA, Donald Trump, gesticula durante uma sessão no âmbito da cúpula do grupo G20, em 8 de julho de 2017 - Sputnik Brasil
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Administração do presidente dos EUA, Donald Trump, não pretende abandonar o caminho escolhido. Apesar dos protestos da Alemanha, Grã-Bretanha, Canadá e China, o aumento das tarifas sobre a importação de aço e alumínio, anunciado em 1º de março, será mantido.

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Segundo Peter Navarro, diretor do Conselho Nacional do Comércio, não será feita "nenhuma exceção" às novas regras comerciais para nenhum país. Washington não quer perder sua indústria siderúrgica e aplicará medidas rigorosas. A União Europeia (UE) e a China prometem responder ao líder norte- americano com a mesma moeda. A agência de notícias Sputnik está tentando entender se essa política pode provocar guerras tarifárias e uma nova Grande Depressão.

O maior prejuízo das ações de Donald Trump recai sobre os parceiros dos EUA na OTAN — países da União Europeia e Canadá, cujas exportações de alumínio e aço predominam no mercado estadunidense. A aquisição no exterior permite às grandes empresas reduzir a produção de produtos que contenham metais, desde latas metálicas a tubulações. No entanto, a própria indústria siderúrgica sofre as consequências disso.

"Nosso saldo externo fica negativo em 800 bilhões de dólares por ano e tudo por causa de acordos comercias muito estúpidos", escreveu o líder americano em sua rede social.

A reação por parte da União Europeia foi imediata, seus líderes se mostraram indignados com tais imposições. O presidente do bloco europeu, Jean-Claude Juncker, prometeu tarifas punitivas sobre produtos de origem americana, como calças jeans, motocicletas e álcool. Em seguida, Trump afirmou que aumentará as tarifas sobre a produção automobilística alemã.

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Pela segunda vez, ao longo dos últimos anos, os EUA criam uma situação perigosa aos interesses econômicos da UE. Em agosto de 2017, Trump assinou um decreto de sanções contra várias indústrias que cooperam com empresas russas. Entretanto, apesar dos protestos, os europeus preferiram se submeter à posição dos EUA.

Mesmo assim, a UE espera concessões por parte dos EUA. Mas, segundo Trump, é justamente a Europa que tem que pagar aos EUA pelo retorno dos empregos perdidos.

Aleksei Makarkin, analista russo sobre assuntos políticos, acredita que Trump pode contar com o apoio da maioria dos republicanos e alguns democratas.

"Empresas estão sendo fechadas em vários distritos dos EUA, portanto os eleitores locais querem se proteger com medidas protecionistas. Os congressistas de distritos aplaudirão o presidente. Eles não desejam uma grande guerra comercial, mas estão sujeitos às medidas restritivas", informou.

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De acordo com os especialistas entrevistados, o aumento das tarifas pretendidas por Donald Trump dá argumentos aos defensores do protecionismo pelo mundo afora. A presidente da Frente Nacional francesa, Marine Le Pen, sugeriu a Paris aprender com o líder norte-americano e ofereceu introduzir medidas comercias restritivas próprias sobre a importação estrangeira e, com isso, ressuscitar a produção de relógios, brinquedos e sapatos.

Segundo o especialista financeiro russo, Evgeny Itsakov, as ações do presidente norte-americano trarão benefícios para os EUA, apesar das críticas rigorosas.

"O protecionismo de Trump cria condições para a retomada da indústria no país […] Trump tenta reativar a mentalidade que os americanos tinham em meados do século 20, ou seja, trabalho e vontade de assumir risco. Como resultado, a economia norte-americana apresenta um crescimento constante, enquanto a economia europeia encontra-se instável e a chinesa está em busca de reservas internas", opinou.

Por sua vez, outro especialista russo, Sergei Khestanov, informou sobre as consequências negativas.

"A maior ameaça é a possibilidade do início de guerras tarifárias. O aumento das tarifas aduaneiras inevitavelmente causará medidas de retaliação […]", advertiu o economista.

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