Filipinas criticam relatório dos EUA que classifica Duterte como 'ameaça à democracia'

© AP Photo / Andrew HarnikO presidente Donald Trump brinda com o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, em um jantar da Cúpula da ASEAN no Centro de Convenções SMX, em novembro de 2017
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A comunidade de inteligência dos EUA chamou o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, de "ameaça à democracia" em seu relatório de avaliação de ameaças mundiais (WTA), provocando indignação de líderes filipinos em defesa do controverso presidente.

O WTA foi publicada no dia 13 de fevereiro e elenca os principais rivais dos EUA: Rússia, China, Irã e Coreia do Norte. As Filipinas só são mencionadas duas vezes no relatório de 28 páginas: uma vez ao lado de Turquia e Venezuela (dois países com os quais os EUA têm um relacionamento conturbado) como nações "cujos governos usaram as mídias sociais para espalhar as opiniões do governo, para dirigir agendas e combater a crítica do governo online".

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A outra menção discute o aprofundamento de "tendências autocráticas" no Sudeste Asiático. "Nas Filipinas, o presidente Duterte continuará a realizar sua campanha contra drogas, corrupção e crime", diz o relatório. "Duterte sugeriu que poderia suspender a Constituição, declarar um governo revolucionário e impor uma lei marcial em todo o país. Sua declaração de lei marcial em Mindanao, respondendo ao cerco inspirado pelo Daesh da cidade de Marawi, foi prorrogada até o final de 2018", o relatório assinala.

Em resposta ao relatório, o porta-voz de Duterte, Harry Roque, disse à DZMM que Manila viu o relatório "com alguma preocupação, sabendo que, pelo menos em um caso, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) considerou os EUA culpados de interferência nos assuntos de um estado doméstico".

A resposta faz menção à decisão de 1986 da Corte Internacional de Justiça que reconheceu a violação dos EUA sobre a soberania da Nicarágua apoiando os rebeldes contrários ao governo socialista da Nicarágua durante a guerra civil de dez anos.

"Isso é algo que estamos levando muito a sério", continuou Roque. "O relatório vem da comunidade de inteligência. Nem sequer vem do Departamento de Estado. É algo que o Presidente também levará a sério".

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"Por um lado, o presidente Rodrigo Duterte não é autocrata ou tem tendências autocráticas. Ele adere ao domínio da lei e permanece fiel à constituição", disse Roque em comunicado. Ele acrescentou que Duterte na verdade não declarou um governo revolucionário ou uma lei marcial nacional.

Duterte, no entanto, já fez sim comentários nesse sentido, no entanto. "Uma vez que a desestabilização já está criando caos, não hesitarei em declarar um governo revolucionário até o final do meu mandato", disse o presidente à época.

Histórico conturbado

As relações entre Washington e Manila enfraqueceram após a ascensão de Duterte em meados de 2016. O presidente filipino anunciou abertamente sua intenção de aliar as Filipinas para a China e a Rússia depois de décadas de fortes laços com os EUA. Em seguida, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cancelou uma reunião planejada com Duterte depois que o presidente o chamou de "filho de uma p*ta".

As relações melhoraram após a eleição do presidente Donald Trump, mais alinhado com a abordagem de lei e ordem de Duterte para a política interna.

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