Economista: petro é boa iniciativa, mas não ajudará a resolver crise econômica venezuelana

© REUTERS / Marco BelloLogotipo do petro, foto de arquivo
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Nicolás Maduro, presidente venezuelano, declarou o lançamento do petro. O preço inicial corresponde a US$ 60 (R$ 195). No total, durante as negociações serão vendidas 38,4 milhões de unidades da nova criptomoeda que, segundo Maduro, pode ajudar o país a superar crise econômica em que se encontra.

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A ideia de lançar própria moeda, garantida por recursos naturais, não é nova, destaca Viktor Dostov, presidente do Conselho da Associação Moedas Eletrônicas e Remessas. Falando com serviço russo da Rádio Sputnik, Dostov frisou ainda ser difícil saber quais serão o destino e as capacidades da moeda recém-lançada venezuelana.

"O novo é que se trata de uma moeda estatal, que é emitida por um governo e não por uma empresa privada. No entanto, como a Venezuela não é um país com condições econômicas boas, ela deve analisar os mecanismos e garantias que oferece petro", destacou.

Para especialista, apesar de o petro ser garantido por petróleo, recurso aparentemente estável, não se pode excluir chances de a extração de petróleo diminuir, da desvalorização da moeda ou que o governo simplesmente se canse de apoiar a moeda.

"Em qualquer boa iniciativa há certos riscos. Em geral, é um ótimo intuito, mas tem que ter cuidado", adverte economista.

Então, quem pode se interessar pela nova criptomoeda venezuelana? Bem como a maioria das criptomoedas, o petro chama interesse de investidores por ser um instrumento de investimento, aponta Dostov.

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No que diz respeito ao petro como medida que pode ajudar a superar a crise econômica venezuelana, analista russo opina que a moeda não resolverá problemas econômicos da Venezuela.

"Se eles podem vender petróleo diretamente, não está claro se poderão lucrar vendendo petróleo por este instrumento", disse Dostov, acrescentando que petro muito provavelmente não se tornará "resolução mágica", mas este projeto é bom do ponto de vista da publicidade que, certamente, será vantajosa para o país.

As primeiras declarações de Nicolás Maduro sobre o petro foram feitas em dezembro do ano passado, ou seja, três meses antes do lançamento. Economista russo destaca que três meses são suficientes para realização do projeto em termos tecnológicos. No entanto, se considerar o campo jurídico, há de lembrar quanto à necessidade de contar com mecanismos ajustados, especialmente no que toca às responsabilidades do governo no negócio, ou seja, todas as questões jurídicas devem ser bem pensadas, sobretudo, se se tratar de invenção de novos mecanismos do funcionamento da criptomoeda, sublinhou.

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"Podem existir várias razões para ceticismo, uma deles é que não aparecem novos recursos, diferentemente do que acontece com o bitcoin, onde preço surge como do nada, a quantidade do petróleo, que garante o preço do petro, fica na mesma, por isso como eles vão vender o petro, não influenciará muito no bem-estar da Venezuela, isso provoca certo ceticismo. Por outro lado, acho que tem que tentar, o importante é seguir com as iniciativas, pode ser que inventaram um passo na Venezuela que seja mais interessante e atraente; acho que devem tentar", resumiu.

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