'Mensagem para Washington': o que Coreia do Norte quis dizer com seu desfile militar?

© AP Photo / Ahn Young-joonPessoas assistem à transmissão do desfile militar em Pyongyang, Coreia do Norte, ocorrido em 8 de fevereiro de 2018
Pessoas assistem à transmissão do desfile militar em Pyongyang, Coreia do Norte, ocorrido em 8 de fevereiro de 2018 - Sputnik Brasil
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O desfile militar que ocorreu na Coreia do Norte na véspera dos Jogos Olímpicos, não foi tão audacioso e impressionante como era esperado. Porém, isso não o tornou menos significativo. Então, será que a parada apenas significou o desejo de estragar o "feriado da paz" ou representa algo a mais?

Desfile militar em Pyongyang - Sputnik Brasil
Kim Jong-un: 'Coreia do Norte é poder militar de nível mundial'
Apesar da Coreia do Norte não ter apresentado novos tipos de mísseis balísticos intercontinentais, o país mostrou um número suficiente de modelos já testados, confirmando assim sua firme intenção de defender o estatuto de potência nuclear.

Além disso, parece que o desfile realizado ontem (8), foi também dedicado a aumentar o status de Forças Estratégicas de Mísseis que recentemente foram distinguidos como um tipo de tropas separadas.

Tal conclusão pode ser feita se prestar atenção à declaração do apresentador da Central Coreana de Televisão KCTV. Na véspera da passagem da coluna com mísseis que é tradicionalmente considerada "a especialidade" desse evento, ele destacou que as "Forças Estratégicas de Mísseis são o símbolo de poder militar da República Popular Democrática da Coreia (RPDC)".

Durante o desfile na Praça de Kim Il-sung, em Pyongyang, apareceram as principais conquistas dos últimos anos: os mísseis de médio alcance Pukkuksong-2 e Hwasong-12, bem como os mísseis balísticos Hwasong-14 e Hwasong-15, testados em julho e novembro respectivamente.

​Nessa conexão, os especialistas prestaram atenção à ausência de mísseis de produção própria, supondo que Coreia do Norte ainda não é capaz de construir sua própria técnica militar desse tipo, sendo que tem até hoje ainda usa veículos WS-52100 importados da China em 2011.

Mas apesar de todas as dificuldades, o líder norte-coreano Kim Jong-un foi rígido durante seu discurso.

​"O desfile militar de hoje demonstra que a Coreia do Norte é um poder militar de nível mundial", declarou adicionando que "precisamos garantir que os agressores não se atrevam a zombar da dignidade de nossa pátria sagrada ou que tente sua soberania, mesmo por um milésimo de milímetro…".

Ao mesmo tempo, em seu discurso também teve muitas referência aos Estados Unidos: "Enquanto houver imperialismo norte-americano neste mundo e enquanto continue sua política hostil, a missão do Exército Popular, que desempenha papel de poderosa espada na defesa de nosso país, continua".

Para atingir seu objetivo principal, detalhado pelo líder norte-coreano durante seu discurso, Pyongyang irá usar sua "espada", sendo esta representada pelas Forças Estratégicas de Mísseis.

De acordo com estimativas do Ministério da Defesa da Coreia do Sul, estas tropas contam com 10 mil militares.

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A existência dessas forças permite ao país não apenas sentir-se indestrutível em torno de ameaças externas, como por exemplo, uma invasão, mas também permite, segundo acredita Pyongyang, minimizar os gastos para o desenvolvimento das armas convencionais e para manutenção do exército milionário.

Vale destacar que o desfile militar organizado na Coreia do Norte na véspera das Olimpíadas em Pyeongchang não deve ser considerado como um desejo de estragar o "feriado da paz" de seus vizinhos do Sul, ou como demonstração da força militar aos EUA. 

Na verdade, isso afirma mais uma vez que Pyongyang continua seguindo sua linha permanente que inclui desenvolvimento simultâneo dos setores civil e militar. Assim, enquanto os atletas norte-coreanos vão defender a honra do país nas Olimpíadas, a tarefa dos militares é "estar sempre prontos para infligir imediatamente um ataque nuclear retaliatório", segundo declarou Kim Jong-un durante seu discurso na véspera do Ano Novo.

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