Quem pode estar fornecendo sistemas antiaéreos aos terroristas?

© AFP 2023 / MAHMOUD TAHARebeldes sírios monitoram céu com sistema de defesa antiaérea FN-6 nos arredores de Homs, Síria
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As forças especiais russas estão atuando no local da morte do piloto russo do avião de assalto Su-25, abatido recentemente na província síria de Hama. O objetivo é encontrar as partes do sistema de defesa antiaérea que derrubou o avião russo, pois antes de morrer o piloto teve tempo de comunicar que tinha sido atacado por um míssil.

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Os complexos móveis de defesa antiaérea provaram sua eficiência durante os combates na Síria, com o primeiro ataque de sucesso registrado em julho de 2012, quando os terroristas destruíram um helicóptero Mi-8 das tropas governamentais. Os terroristas têm usado com mais frequência os complexos de produção soviética e russa. Vale destacar que tais sistemas  foram detectados na posse de terroristas do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia), bem como na da oposição moderada.

Segundo os especialistas, alguns sistemas antiaéreos podem ser de origem líbia, pois após a morte de Muammar Kadhafi foram roubados os maiores arsenais, dos quais, conforme a mídia, no outono de 2011 desapareceram cerca de 20 mil unidades.

O membro do Conselho da Federação da Rússia, veterano do Serviço de Inteligência Externa, Igor Morozov supõe que os fornecimentos de contrabando poderiam ter origem na Ucrânia. "No outono, no armazém militar em Kalinovka aconteceu um incêndio com tais consequências catastróficas que até as autoridades oficiais não excluem poder ter sido de propósito para esconder o roubo de centenas de unidades de armas que depois, sem conhecimento das autoridades ucranianas e via vários fornecimentos de contrabando, poderiam ter caído nas mãos dos terroristas sírios", opina Morozov.

Outro país que ficou na mira de suspeitas já várias vezes é a Bulgária, que continua produzindo armas elaboradas na União Soviética. Em particular, neste país são produzidos os sistemas de defesa antiaérea Strela-2M, Strela-3 e Igla-1. Segundo o vice-diretor do Instituto de Análise Política e Militar, Aleksandr Khramchikhin, na Bulgária são produzidas e vendidas armas ao Oriente Médio quase sem esconder isso.

Produzido na China

Os militantes sírios não possuem só complexos de defesa antiaérea russos. No início de março de 2013, na região de Latakia, um helicóptero sírio Mi-8 foi derrubado por um sistema chinês FN-6 que é praticamente igual ao russo Igla-1.

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Ivan Konovalov, diretor do Centro da Conjuntura Estratégica, disse à Sputnik que a China forneceu estes complexos ao Sudão, onde, talvez, tenham sido revendidos ao Qatar e chegado às mãos dos terroristas na Síria, adicionando que, para a China, "a questão de saber qual o regime político que compra as armas é secundária. A coisa mais importante é aceder ao novo mercado".

Nos arsenais dos militantes se encontram por vezes armas exóticas, por exemplo, o sistema móvel de defesa aérea HT-16PGJ norte-coreano, que é um clone do russo Igla-1. Pelos vistos, estes sistemas foram capturados nos armazéns das tropas governamentais sírias, pois em 2004 Damasco comprou várias dezenas de HT-16PGJ à Coreia do Norte.

É interessante o fato de os complexos antiaéreos dos países da OTAN não terem sido encontrados na posse dos militantes sírios. Contudo, as mídias acusam regularmente os norte-americanos de fornecerem sistemas de defesa antiaérea aos grupos terroristas.

"Se os norte-americanos começassem a fornecer os seus Stinger, isso causaria um grande escândalo", opina Konovalov. "Por isso, é mais fácil para eles fornecerem aos terroristas armas soviéticas que ativamente compraram e continuam a comprar na Europa de Leste. Porque há muitas armas soviéticas no Oriente Médio, e facilmente o seu rasto se perde lá".

Mas o governo norte-americano, logicamente, desmente os fornecimentos de complexos antiaéreos aos terroristas.

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