Maratona extrema chega a Lisboa e ex-participante desabafa: 'Exaustiva'

© Foto / World Marathon Challenge/DivulgaçãoWorld Marathon Challenge no gelo
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O brasileiro Marcelo Alves tem 44 anos e acumula no currículo uma série de feitos impressionantes: já correu no Everest a quase 6 mil metros de altitude e no deserto do Atacama, o mais árido do mundo, em meio a dez vulcões. Mas nenhum feito se equipara à World Marathon Challenge, desafio que passa por sete cidades e chega a Lisboa neste sábado.

Não há moleza: são 42 quilômetros diários, por sete dias consecutivos nos sete continentes diferentes. A rotina inclui percorrer o circuito e já entrar no avião para o próximo destino. Entre os desafios, enfrentar ambientes tão diferentes como o Pólo Norte e a excrucitante Dubai, nos Emirados Árabes.

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O curitibano Marcelo Alves é até hoje o único brasileiro a completar o desafio, que entra no seu terceiro ano. Participante do primeiro ano da World Marathon Challenge (2016), Alves finalizou as tropas na Antártida, passando pelo Chile, Estados Unidos, Espanha, Emirados Árabes, Marrocos e Austrália. Tudo isso descansando dentro do avião. Em entrevista à Sputnik Brasil, o super atleta contou um pouco sobre a preparação.

Acompanhado por um time de fisiologistas e cardiologistas, o maratonista curitibano realizou uma forte preparação que incluiu correr na area do Jockey Club da cidade para simular a neve e treinar por três horas dentro de um frigorífico com temperaturas a —20ºC. Mas a maior dificuldade era mesmo o avião.

"Imagine correr 42 km e descansar em um avião porque não tem hospedagem, não tem nada. Essa coisa de você descansar em uma cabine pressurizada é muito complicado, uma prova exaustiva", comenta Marcelo. "Eu quase me arrisco a dizer que o mais fácil é a corrida, os atletas treinados para aguentar. Há outras variáveis que podem colocar em risco a participação. A circulação [sanguínea], por exemplo, era até engraçado porque de hora em hora eu fazia exercícios além do normal e era voos  comerciais, não era particular. Alongava, fazia flexão, usava meia de compressão, porque isso é um risco real. Um maratonista brasileiro foi correr na África e voltando teve trombose, então é realmente muito perigoso", relembra.

 

O brasileiro, que pra sempre vai poder se orgulhar de também ser o primeiro sul-americano a completar o circuito, diz no entanto que sente falta da prova. Em outubro, Marcelo embarca para uma maratona de 250 quilômetros pelas gélidas terras da Islândia, mas já pensa em retornar à prova mundial em 2020. Quem quiser acompanhar o compatriota, vale lembrar: a inscrição custa € 36 mil (algo na casa dos R$142 mil). Perguntado sobre o que é mais fácil — conseguir o dinheiro da inscrição ou completar o desafio, Alves não titubeia e responde rindo: "Sem dúvida nenhuma, conseguir patrocínio".

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