'Obrigado, Trump!': como os EUA podem impulsionar a Rússia com a 'Lista do Kremlin'

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Os bilionários russos podem ser forçados em breve a levar todos os seus capitais financeiros para casa. Embora a 'Lista do Kremlin' divulgada pelo Departamento do Tesouro dos EUA não implique sanções ainda, ela pode ser um sinal de que os russos ricos poderiam perder seu dinheiro no exterior.

"O retorno do capital ao país começou há alguns anos, quando os cidadãos russos começaram a perder ativos no exterior, e os governos estrangeiros nem sempre seguiam a lei. Isso já levou à consolidação de pessoas ricas em torno da liderança do país", disse Gleb Zadoya, diretor de análise da Analitika Online, à RT.

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As sanções e a pressão no Ocidente não significam necessariamente que o capital volte para a Rússia, já que existem outros mercados como a Índia e a China, e é por isso que o governo russo oferece sua anistia ao capital dos magnatas, baixos impostos e outros benefícios. E se as sanções continuarem durante pelo menos um ano mais, "a Rússia terá a oportunidade de usar 'investimentos externos'", se a infraestrutura necessária seja criada tanto pelas empresas como pelo governo, disse Zadoya.

"Muito provavelmente, os cidadãos que estão na 'Lista do Kremlin', pelo menos, pensam em retornar o capital para a Rússia ou outras jurisdições, a fim de se proteger se os americanos começam a impor restrições reais. Além disso, a Rússia possui ferramentas especiais que permitiriam que os oligarcas levassem o dinheiro para o país. Estes são títulos confidenciais, projetados para o retorno do dinheiro ao país", avaliou Ivan Kapustiansky, analista da Forex Optimum.

Se os russos ricos decidirem manter seus ativos e capital no exterior, correm o risco de perdê-los para sempre, de acordo com Sergei Kostenko, analista de investimentos da Global FX. Segundo ele, "é uma coisa quando você vai a outro lugar para gastar dinheiro. É uma coisa muito diferente quando você tenta se tornar parte da elite local", acrescentou.

"Avaliando as perspectivas potencialmente sombrias, podemos dizer que uma parte significativa da capital retornará à sua pátria com um alto grau de probabilidade. Haverá negociação com as autoridades nos termos, mas, no final, será feito, não porque seja desejável, mas porque não haverá escolha", afirmou Kostenko.

Há também um ponto de vista de que a 'Lista do Kremlin' dificilmente mudará alguma coisa, pois nada surgirá do nada.

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"Provavelmente, algumas medidas já foram tomadas, porque as primeiras sanções foram introduzidas há quase quatro anos. Era óbvio que as sanções estão aqui para ficar, dadas as posições da Rússia e dos EUA na Crimeia. É possível que sejam para sempre. A 'Lista do Kremlin' foi anunciada há seis meses: por que esperar por isso? É melhor cuidar de tudo com antecedência. Algumas regras vão mudar, mas, provavelmente, não devemos esperar nenhum retorno maciço de capital para a Rússia", disse Mikhail Grachev, consultor financeiro da Teletrade.

Mikhail Mashchenko, analista de uma rede social para investidores na Rússia – a eToro — diz que a nova lista não implica sanções ainda.

"Não há especificações nesta lista, e é provável que aqueles que desejam continuar sua vida no exterior podem encontrar lacunas. É improvável que uma lista tão ampla seja sujeita a restrições rigorosas e é possível que, no futuro, ela possa ser reduzida", avaliou.

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