Rússia aponta principais metas de suas bases na Abkházia e na Ossétia do Sul

© Sputnik / Ilona Hvartskiya / Acessar o banco de imagensMilitares na base russa na Abkházia durante exercícios antiterroristas
Militares na base russa na Abkházia durante exercícios antiterroristas - Sputnik Brasil
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O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Grigory Karasin, explicou por que Moscou abriu bases militares na Abkházia e Ossétia do Sul.

Karasin lembrou que a OTAN e os EUA estão trabalhando sistematicamente para fortalecer o potencial militar da Geórgia, que é vizinho da Rússia.

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"Está sendo criada uma infraestrutura da OTAN no país. Há planos e já começaram a fornecer novos sistemas de armas a Tbilisi: sistemas franceses de defesa antiaérea e sistemas norte-americanos de mísseis antitanque. Além do mais, os EUA estão elaborando programa de treinamento militar para militares georgianos", explicou o vice-ministro em entrevista ao jornal russo Kommersant.

Ao mesmo tempo, ele sublinhou que a Abkházia, Ossétia do Sul e Geórgia são vizinhos da Rússia, enquanto a OTAN é uma força externa na região.

"Os EUA estão ativamente aumentando a sua presença na Geórgia, o que causa preocupação crescente. Queremos que esteja tudo tranquilo nas nossas fronteiras. Para isso, as nossas duas bases militares permanecem aqui, na Abkházia e na Ossétia do Sul. Elas não ameaçam ninguém, mas garantem que ninguém ataque as duas repúblicas caucasianas jovens, e, se atacar, receberá resposta adequada."

Comentando as recentes acusações da Rússia de fortalecimento da fronteira com a Abkházia e Ossétia do Sul, Karasin confirmou que nos últimos anos tem trabalhado muito para reduzir as tensões na fronteira da Geórgia com a Abkházia e Ossétia do Sul para assim facilitar a vida dos residentes locais.

Trata-se de um bom resultado de mecanismos criados no âmbito das Conversações Internacionais em Genebra para Prevenção e Investigação de acidentes, resultado de um trabalho enorme das autoridades das repúblicas independentes e dos guardas fronteiriços que ficam nos territórios em conformidade com acordos bilaterais, opina Karasin.

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O vice-ministro frisou que mais de 1,2 milhão de pessoas cruzaram a fronteira entre Geórgia e Abkházia em 2017, enquanto cerca de 200.000 pessoas fizeram o mesmo na fronteira entre a Ossétia do Sul e Geórgia.

"Creio que os números falam por si só. Infelizmente, a Geórgia, ao invés de participar de maneira construtiva para melhorar a vida da população na zona fronteiriça, vem se focando em espetáculos de propaganda arquitetados para fundamentar tese sobre o 'novo muro de Berlim'. O resultado é ridículo: para se comunicar com visitantes estrangeiros e dar entrevistas, contratam um agricultor local para ler um texto já feito", declarou Karasin.

Ele acrescentou que Moscou planeja continuar melhorando as relações com a Geórgia.

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"A parte russa seguirá o caminho da normalização assim que Tbilisi esteja pronta para isso. Estamos interessados na restauração total das relações de boa vizinhança russo-georgianas, mas, repito, o preço não deve ser recusa das decisões cruciais quanto à Abkházia e Ossétia do Sul."

O diplomata russo negociará com o enviado especial georgiano, Zurab Abaschidze, na República Tcheca em 31 de janeiro. Um dos temas da reunião será execução do acordo de 2011 sobre o monitoramento de cargas na fronteira russo-georgiana.

Moscou e Tbilisi romperam as relações diplomáticas em 2008.

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