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'Nunca mais quero botar os pés aqui', diz esposa de vítima da tragédia em Copacabana

© REUTERS / Lucas LandauAtropelamento em massa em Copacabana, no Rio de Janeiro, na noite de 18 de janeiro de 2018
Atropelamento em massa em Copacabana, no Rio de Janeiro, na noite de 18 de janeiro de 2018 - Sputnik Brasil
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Um atropelamento em massa na noite de quinta-feira (19) em Copacabana, no Rio de Janeiro, causou a morte de um bebê de 8 meses, além de deixar mais 16 vítimas. Testemunhas oculares e familiares de vítimas contam como foi o momento da tragédia.

Uma das vítimas do atropelamento, Alex Farias, estava de férias no Rio de Janeiro com sua esposa Sandra Beatriz. O casal do Rio Grande do Sul tinha o voo de volta marcado marcado para as 23h20 de quinta-feira. Eles só tinham vindo à praia para comprar as últimas lembranças da cidade, quando ocorreu a tragédia. 

"A gente veio pro Rio de férias do dia 10 ao dia 18, no caso ontem. Meu voo era pras 23h da noite. Aí a gente desceu pra comprar as últimas lembrancinhas e em 15 minutos eu chamaria um Uber pra a gente ir pro Aeroporto. E infelizmente nesse meio tempo, quando eu tava comprando a última lembrancinha, veio o carro a toda velocidade e simplesmente bateu na lateral esquerda do meu marido e jogou ele longe, onde ele deu com a cabeça nas pedras", disse Sandra Beatriz a a um grupo de jornalistas, incluindo um repórter da Sputnik Brasil.   

O veículo invadiu o calçadão da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na altura da Rua Figueiredo de Magalhães. O motorista inicialmente alegou ter epilepsia, o que teria causado o seu desmaio no volante, versão que foi confirmada pela mulher que o acompanhava no carro. Posteriormente, Antonio Almeida de Anaquim, de 41 anos, alegou que omitiu a epilepsia ao Departamento de Transportes do Rio de Janeiro (Detran-RJ) ao tirar a carteira de motorista. Exame feito pela Polícia Civil mostrou que o motorista não tinha ingerido bebida alcoólica antes de dirigir. 

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"Eu não sei como aquele homem [o motorista] conseguiu vir com aquela velocidade num lugar onde os carros não conseguiam nem sequer andar, e ele conseguiu fazer aquilo no momento que ele pegou meu esposo e saiu levando mais outras 15, 20 vítimas […] quando eu olhei pro lado, comecei a gritar socorro, parecia que tinha passado um tsunami, era um senhor deitado no chão, um carrinho de bebê virado, uma devastação", diz Sandra Beatriz, que informou que seu marido quebrou o tornozelo e teve um ferimento profundo na cabeça, mas a tomografia não indicou nenhuma gravidade. Alex Freitas já foi liberado do hospital.  

Pela primeira vez de visita ao Rio de Janeiro, Sandra Beatriz disse que não pretende mais voltar à cidade. "Nunca mais quero botar os pés aqui", destacou.  

"Eu abri a janela do apartamento, olhei aqui pra baixo e só chorei. Até ontem era maravilhosa a vista. A gente veio pro Rio com medo de Linha Amarela, Linha Vermelha, tiro. É perigoso? É. A gente tava lá no hospital e era baleado o tempo todo. Meu marido graças à Deus não levou um tiro, mas foi atropelado em pleno Rio de Janeiro, no calçadão de Copacabana, e o atendimento foi demorado", conclui Sandra Beatriz.

Já o escultor de areia, Euclides Antonio Bittencourt, de 58 anos, estava próximo ao atropelamento e ajudou a socorrer as vítimas logo após a tragédia. 

"Olhei assim e vi aquele estouro. Aí ele veio, bateu na primeira pessoa, num senhor, veio vindo e passou e pegou uma outra senhora, jogou a senhora pro lado e atropelou o carrinho de bebê e a menininha. Quando ele bateu nos carros aqui foi um estouro só, gente voando pra tudo que era lado. Tipo uma bomba, sabe? Horrível", conta o escultor de areia. 

Euclides conta que sua primeira reação foi tentar ajudar as pessoas. Ele disse não acreditar que o motorista teria tido epilepsia."Eu acho que foi algum movimento brusco, alguma coisa que houve entre eles. Não teria outro motivo pro cara fazer isso aí", acrescentou a testemunha, que viu a mulher que acompanhava o motorista cair pra fora do carro.  

Como o motorista Antonio Almeida de Anaquim não fugiu após o atropelamento, ele responderá por homicídio culposo em liberdade.

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