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'Sem freios': letalidade sobe 26% e polícia mata 12 pessoas por dia no Brasil, revela ONG

© Vladimir Platonow/Agência BrasilMoradores do Jacarezinho e Rio de Paz protestam na Alerj, sob o olhar da Polícia Militar
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Um total de 4.224 pessoas foi morta pela polícia no Brasil no ano passado, um aumento de 26% de vítimas fatais em relação a 2016, de acordo com dados revelados pela organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW), dedicada aos direitos humanos.

De acordo com a entidade, as "execuções extrajudiciais" cometidas por policiais são um dos mais graves problemas que justificariam o alto número de vítimas letais, e que isso coloca em risco até mesmo a vida dos próprios colegas de corporação, sujeitos à retaliação. Já 437 policiais foram mortos no Brasil, a grande maioria fora de serviço, segundo a organização.

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"A polícia no Brasil precisa desesperadamente da cooperação da comunidade para combater os elevados índices de criminalidade que afligem o país. Mas enquanto alguns policiais agredirem e executarem pessoas impunemente, as comunidades não confiarão na polícia", disse Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch no Brasil, em comunicado.

Os dados integram o Relatório Mundial de 643 páginas da entidade, que está em sua 28ª edição. Apenas no Rio de Janeiro, policiais mataram 1.035 pessoas entre os meses de janeiro e novembro do ano passado, um crescimento acima da média nacional (27%) em relação ao ano anterior.

O crescimento da letalidade policial também foi registrado em São Paulo, com 494 mortes entre janeiro e setembro de 2017 atribuídas a policiais, as quais representaram um aumento de 19% em relação ao mesmo período de 2016.

A HRW ainda criticou o Congresso Nacional, que agravou o problema da letalidade na segurança pública ao aprovar uma lei que permite que apenas a Justiça Militar possa lidar com casos envolvendo homicídios cometidos por membros das Forças Armadas, estas cada vez mais usadas em operações de rua pelo país.

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Outro problema grave apontado pela ONG é o aumento da população carcerária no Brasil, que subiu 17% entre dezembro de 2014 e junho de 2016, totalizando 726,7 mil pessoas atrás das grades – sem que isso contribua para um aumento da sensação de segurança para a população.

Já a implementação da Lei Maria da Penha ainda é considerada “incompleta” pela HRW. Segundo a organização, as delegacias especializadas da mulher contam com recursos humanos insuficientes, geralmente fecham durante a noite e aos finais de semana, e permanecem concentradas nas grandes cidades.

O relatório apontou que 4.657 mulheres foram mortas no Brasil em 2016, mas só em 2.904 casos foi oferecida denúncia por parte do Ministério Público (MP).

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