Nazismo: grupo alemão de extrema direita cresce, fala no 'Dia X' e preocupa Berlim

© AP Photo / Roland Weihrauch/dpa via APApreensão de armas encontradas com membros do grupo extremista alemão Reichsbuerger
Apreensão de armas encontradas com membros do grupo extremista alemão Reichsbuerger - Sputnik Brasil
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O movimento de extrema-direita alemão Reichsbuerger cresceu para quase 16 mil membros, e alguns dos seus membros estão olhando sua própria ala armada e estão se preparando para o "Dia X", revelou a revista Focus, citando fontes de inteligência.

A revelação surpreendente entrou em destaque no início desta semana, depois que a publicação apresentou um relatório citando uma avaliação da agência de inteligência doméstica, a BfV.

Respondendo ao pedido de comentário da Focus, a BfV, a agência responsável pelo monitoramento de grupos extremistas que ameaçam a ordem constitucional, disse que o número de membros do Reichsbuerger ('Cidadãos do Reich' em alemão) cresceu para 15.600 a partir de janeiro — com o órgão apontando um aumento dramático de mais de 50% no prazo de um ano.

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O maior número de extremistas é na Baviera, onde as autoridades registraram cerca de 3.500 "Reich Citizens". O antigo berço do nazismo alemão é seguido pelo estado de Baden-Wuerttemberg, com 2.500, e Renânia do Norte-Vestfáli,a com 2.200 membros. Mais abaixo, a lista é a Baixa Saxônia, com 1.400, e a Saxônia, com 1.300 membros.

Além disso, o movimento extremista criou planos para criar uma ala armada e organizar atos violentos, informou a Focus. "Eles começaram a se preparar para o Dia X", disse um funcionário de segurança não identificado pela revista, supostamente referindo-se a um dia de censura ou insurreição contra o governo de Berlim.

O que é o Reichsbuerger

O Reichsbuerger, uma associação ampla de grupos nacionalistas espalhados por todo o país, acredita que a Alemanha moderna e suas instituições políticas são administradas por um governo de fantoches instalado pelos vencedores na Segunda Guerra Mundial, o que os torna ilegítimos.

Muitos membros do grupo são considerados de extrema direita. Eles sustentam que o antigo Reich alemão — que deixou de existir em 1945 após a capitulação da Alemanha nazista — deveria ser restaurado em suas fronteiras anteriores a 1937, que incluíam grandes extensões de terra na Polônia, República Tcheca e outros países vizinhos.

No passado, os membros do movimento eram frequentemente vistos como teóricos excêntricos da conspiração, mas uma série de ataques à polícia levaram o governo alemão a defini-los como extremistas.

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Violência

O movimento radical fez manchetes em todo o país e internacionalmente em outubro do ano passado, quando um entusiasta de armas de 47 anos, Wolfgang P., atirou e matou um policial na porta de sua casa.

No dia em que o tiroteio aconteceu, policiais chegaram à casa de Wolfgang P., na cidade bávara de Georgensgmuend, quando o homem, já armado com uma espingarda carregada e vestindo um colete de kevlar, começou a atirar, disparando 11 rodadas no total. Três oficiais ficaram feridos, e mais tarde um deles morreria no hospital.

Em agosto de 2016, Adrian Ursache, um ex-vencedor do Sr. Alemanha, abriu fogo contra oficiais e foi ferido durante uma incursão policial na casa pertencente a seus pais, na qual proclamou um Estado autônomo, 'Ur'. Em maio de 2014, a polícia na Renânia-Westphalia prendeu o governante autodeclarado de um estado imaginário chamado 'Germanitia'.

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