Vice-chanceler sírio sobre bases americanas no país: 'agressão e ocupação'

CC BY 2.0 / The U.S. Army / Equipment checkForças dos EUA na Síria (foto de arquivo)
Forças dos EUA na Síria (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A Sputnik Árabe entrevistou Faisal Mekdad, vice-ministro das Relações Exteriores da Síria, perguntando sobre a postura de seu país nas relações com a Turquia, quanto às bases dos EUA na Síria, nas negociações em Genebra e na resolução da questão curda.

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Segundo Faisal Mekdad afirmou à Sputnik Árabe, a "presença de tropas turcas na Síria é um ato de agressão que não pode ser justificado por nenhum nome e nenhum pretexto". Além do mais, o diplomata assinalou que a Síria exige retirada das forças de Ancara de seu território, bem como interrupção da interferência nos assuntos internos do país.

"Nós exigimos que o governo turco retire suas forças do território da Síria e pare de interferir nos assuntos internos do país", frisou Faisal Mekdad. 

Quando perguntado sobre as bases norte-americanas em seu país, o diplomata realçou que a presença dos EUA no território sírio é inaceitável para o governo do país.

"A presença de quaisquer bases militares estrangeiras é inaceitável para o governo sírio. Trata-se de agressão e ocupação; sendo assim, todas as nossas futuras ações serão baseadas a partir dessas definições", disse o vice-chanceler sírio.

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Faisal Mekdad falou também sobre as negociações em Genebra, frisando que vários países visam obter por meios políticos aquilo que não conseguiram durante operações militares.

"Nós participamos das negociações em Genebra para chegar a uma resolução política do conflito sírio. Contudo, vários países utilizam meios políticos visando obter aquilo que não conseguiram alcançar com armas e operações militares. O governo sírio não aceitará cenários que não agradarão o povo sírio, o que não praticamos nem mesmo nos períodos mais difíceis da guerra", disse Mekdad. O diplomata sírio acrescentou também que a oitava rodada de negociações em Genebra falhou devido à presença de um espírito que apoia incondicionalmente os interesses de grupos terroristas e seus aliados, ao invés daqueles que defendem o povo sírio.

Para o diplomata, a guerra contra o terrorismo continua, mesmo depois de grandes êxitos na operação antiterrorista. 

"A guerra contra terrorismo na Síria continua. O ponto de virada foi a vitória sobre a Frente al-Nusra, Daesh [as duas são organizações terroristas proibidas na Rússia e em vários outros países] e outros grupos terroristas em Aleppo. Desde aquele momento, o exército sírio vem avançando na guerra contra o terrorismo", assinalou o vice-ministro das Relações Exteriores sírio.

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Falando sobre a situação com curdos no nordeste da Síria, Mekdad sublinhou a interferência dos EUA que atrapalha a conciliação da vida política no país. 

"Somos um povo unido de milhares de anos. Porém, os EUA investem nas Forças Democráticas Sírias [FDS]. Acreditamos que os curdos, que agem em conformidade com os interesses dos EUA, abram caminho para as forças turcas", afirmou o diplomata, adicionando que "a maior parte dos curdos corresponde a patriotas da Síria. Contudo, não podemos nos referir aos que recebem dinheiro do exterior como sírios nem como patriotas. Todos os assuntos internos devem ser resolvidos independentemente, e não através de alianças com os EUA", ressaltou Faisal Mekdad.

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