Tudo que você queria saber sobre Maria Zakharova, voz da chancelaria russa

© Sputnik / Vladimir Pesnya / Acessar o banco de imagensA representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, na noite de gala para a mídia na Cúpula ASEAN-Rússia em Sochi, Rússia, 19 de maio de 2016
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, na noite de gala para a mídia na Cúpula ASEAN-Rússia em Sochi, Rússia, 19 de maio de 2016 - Sputnik Brasil
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A representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova, contou como sonhava em se tornar especialista na língua e política chinesas, nunca se considerou uma parte da elite e partilhou detalhes sobre sua nomeação para o atual cargo.

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"Claro que não foi uma escolha especial a favor de uma mulher, ou seja, como se lhes faltasse uma carinha [bonita]. Em nosso ministério, não temos tal abordagem, ou seja, a simulação artificial de um equilíbrio de gênero. Eu acredito que isso é bom. Temos a consciência de que cada cargo deve ser ocupado por um profissional, independentemente do seu gênero ou outros parâmetros", revelou Zakharova em uma entrevista ao canal de TV russo Mir.

"Sim, ganhei a loteria, mas comprei todos os bilhetes", gracejou.

Sonhando com a China

Ao mesmo tempo, a diplomata adiantou que seu primeiro cargo na chancelaria não era aquele com qual tinha sonhado, pois, em vez de especialista em questões da China, ela se tornou funcionária da assessoria de imprensa.

"Quanto eu, após me formar, cheguei à chancelaria, me disseram que não havia postos naquele departamento e me colocaram na assessoria de imprensa. Para mim, foi um golpe duro. Imaginem o que é aprender chinês por 5 anos, realizar trabalho científico neste campo e receber uma recusa", confessou.

A primeira viagem de negócios a Nova York também não foi assim tão fantástica como se podia imaginar, relatou a diplomata.

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"Não existe um tema que a missão permanente russa junto à ONU não comente, pois somos membro permanente do Conselho de Segurança, passamos por tudo. Há uma nuança — a diferença no fuso horário. Quando os jornalistas locais vão dormir, os jornalistas de Moscou estão acordando, e para eles não importa se você trabalha nos EUA ou não. Estas ligações e mensagens 24 horas por dia, e quanto mais você trabalha, mais você recebe", relembra Zakharova.

Casamento nas vésperas da viagem

A cerimônia de casamento da diplomata russa, conhecida por todo mundo pela sua retórica firme e intransigente, coincidiu com a partida para Nova York, dado que Zakharova tinha conhecido seu marido um mês antes de deixar a Rússia.

"Meu futuro marido veio me ver, me propôs lá e fomos nos casar. Foi solene, mas ao mesmo tempo engraçado. Talvez hoje isto pareça um pouco desajeitado. Fizemos isto não para os outros, e tivemos realmente tantos convidados quanto precisávamos, ou seja, dois. Ademais, havia um fotógrafo que, não sei com que objetivo, tornou públicas todas essas fotos no ano passado", continuou.

Trabalho e tempo livre

Ao falar sobre seu horário, a representante do Ministério do Exterior da Rússia afirmou que o dela é irregular.

"Podem nos chamar ao trabalho às 7 ou 8 da manhã e o nosso dia de trabalho termina quando os nossos chefes mandam. É nisso que consiste a especificidade do nosso trabalho. Você pode construir um plano perfeito para toda a semana, mas chegar ao trabalho e, daí a uma hora, tudo pode mudar", explicou.

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A diplomata assegurou que, apesar dos privilégios profissionais, ela frequenta as lojas comuns e muitas vezes se apresenta simplesmente como funcionária do Estado para elevar o prestígio dos funcionários em geral.

"Não fiz nada deliberadamente, não tinha nenhum conceito, nenhuma criação de imagem, mas eu fiz questão de me chamar de funcionária do Estado. Antes da minha nomeação, essa palavra se enraizou na nossa língua, infelizmente, com um sentido pejorativo", adiantou Zakharova.

'Isso de elite não tem a ver comigo'

Maria Zakharova também contou que, embora tivesse se formado no MGIMO, Instituto de Relações Internacionais de Moscou, que é conhecido por lá estudarem muitos filhos das famílias ricas, ela nunca se associou com a elite.

"A ostentação não tem nada a ver comigo, nunca havia isso em casa. Meus pais conseguiram tudo por si mesmos, em nossa família nunca houve tendências elitistas", assegurou, lembrando ainda como aos 6 anos de idade teve que ir viver para a China junto com os pais diplomatas, o que não foi nada fácil para uma criança.

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