Chefe do Mossad garante: Israel tem 'olhos e ouvidos' dentro do Irã

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A agência de inteligência nacional de Israel, o Mossad, tem pessoas espionadas no Irã, disse o chefe da organização, Yossi Cohen, durante uma sessão fechada no Ministério das Finanças, de acordo com a mídia local.

"Os iranianos estão se espalhando por todo o Oriente Médio com uma grande variedade de forças, e há pouco para segurá-los", disse Cohen, de acordo com site local Arutz Sheva. O Irã está no caminho certo "para realizar seu sonho de criar o que quase equivale a uma ponte terrestre e aérea que lhes permite despejar tropas em todo o Oriente Médio".

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"Nós temos olhos e ouvidos, mesmo no Irã", disse Cohen. Ele prosseguiu para alertar que o Irã está fazendo avanços significativos na região.

O comentário de Cohen vem poucos dias depois que o procurador do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, ter acusado Israel e o Mossad de fomentar a agitação que varreu a República Islâmica. Também vem dois meses depois que um suposto espião do Mossad foi condenado à morte no Irã, depois de ter sido declarado culpado de envolvimento em uma série de assassinatos de cientistas nucleares do Irã, de acordo com os promotores.

Israel e Irã têm sido arquirrivais há muito tempo, com Tel Aviv acusando Teerã de desenvolver armas nucleares e de conspirar para destruir o Estado judeu. Em dezembro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, comparou o Irã com a Alemanha nazista, citando seu objetivo comum de exterminar todos os judeus.

Oficiais iranianos emitiram ameaças contra Israel várias vezes, com o chefe do Exército, o general Abdelrahim Mousavi, afirmando em setembro que Israel poderia deixar de existir nos próximos 25 anos. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, expressou um sentimento semelhante em dezembro de 2016.

O Irã acusa Israel de oprimir muçulmanos, de apoiar grupos anti-iranianos e de conduzir operações secretas no território iraniano.

Os dois lados também estão em desacordo quando se trata da Síria, com Netanyahu e o diretor da CIA alertando no mês passado que os EUA e Israel não tolerariam a presença do Irã no Iraque ou na Síria.

As tensões entre os dois países mais uma vez pioraram em dezembro, na sequência da decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. O Irã acusou os EUA de "políticas racistas e hostis que unilateralmente" Israel, e acusou Washington de uma "falta de conformidade" com as resoluções internacionais.

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Durante uma sessão parlamentar em dezembro, os deputados iranianos também apoiaram um projeto de lei que consideraria Jerusalém reconhecida como a capital do Estado palestino.

Ainda assim, a união entre Israel e os EUA não mostra sinais de rompimento enquanto continuam sua oposição vocal contra o Irã. Os dois países concordaram em um acordo de parceria no mês passado, com o objetivo de lidar com os vários aspectos das "atividades malignas do Irã", disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional de Israel (NSC) à Sputnik em dezembro.

Netanyahu e Trump concordaram que, por trás das portas fechadas, uma equipe conjunta vai trabalhar para lidar com o que eles acreditam equivaler a uma "ameaça iraniana".

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