Missão militar 'sem guerra' no Níger: quais são os riscos?

© AFP 2023 / ANDREAS SOLAROMembros da Guarda de Honra italiana durante celebração do Dia da Unidade Nacional e Dia das Forças Armadas (foto de arquivo)
Membros da Guarda de Honra italiana durante celebração do Dia da Unidade Nacional e Dia das Forças Armadas (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A missão militar italiana de 500 oficiais, que enfrentou recusa do Ministério da Defesa por meses, será realizada no país da África Ocidental. Diariamente, através do Níger, um dos países mais pobres do mundo, dezenas de milhares de migrantes seguem para a Líbia com desejo de alcançar a Itália.

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O problema é que no Níger operam terroristas cooperadores com Al-Qaeda e com outros grupos jihadistas. Além disso, desde a época da colonização, a França possui uma influência muito forte sobre o país.

O especialista militar Giampiero Venturi, em entrevista à Sputnik Itália, falou sobre a missão militar de seu país.

"Falam sobre a interferência europeia, cujo alvo principal é acabar com o tráfico de escravos, mas, francamente, podemos supor que a Itália esteja querendo apoiar a França, que há séculos tem perseguido seus interesses no país."

Os objetivos da Itália não são claros para o analista. É improvável que acabem com o tráfego de escravos, sem contar que os militares italianos serão expostos a um grande perigo, acrescenta. Giampiero Venturi acredita que a União Europeia tenha abandonado a Itália na solução da questão migratória. Por isso, ele não vê uma solução rápida do problema.

Para atingir resultados concretos na África, é preciso não só interferir militarmente na região, mas aplicar medidas precisas e decisivas, reforça o analista.

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Contudo, na União Europeia não há nenhuma estrutura especial e não se sabe quem é responsável pelo o que e qual é o objetivo de cada membro. Como consequência, é incerto como serão distribuídos os privilégios depois da operação militar. Por isso, o analista acredita que a participação de seu país seja imprecisa, reforçando que Itália deveria participar de missões que somente trouxessem algo vantajoso para o país.

Giampiero Venturi concluiu que a missão não tem sentido se não implicar a possibilidade de autodefesa e operações contra grupos de militantes. Os riscos da operação são grandes e no caso de desestabilização da África Central, a região do mar Mediterrâneo pode sofrer e vai lembrar à comunidade internacional os erros cometidos pela Itália no Norte da África nas últimas décadas.

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